Ao chegar à freguesia da Ribeira da Janela, no concelho do Porto Moniz, as principais vozes que se escutam não são em português, mas sim em inglês, espanhol e francês. Entre o calhau, as máquinas fotográficas e as exclamações de encanto, os turistas dominam a paisagem. “Praticamente aqui são só turistas”, disse um residente chamado Manuel ao DIÁRIO.
O DIÁRIO começou por alguns dos locais mais turísticos na Ribeira da Janela. Tal como acontece um pouco por toda a ilha, esta localidade não foge à regra quanto ao aumento de visitantes.
O Miradouro dos Ilhéus, o Miradouro da Eira da Achada, o baloiço panorâmico e o ‘zip line’, que liga o parque de merendas dos Lamaceiros à Fajã do Barro, estão frequentemente sobrelotados.
Ao subir a freguesia, residentes alertam para os principais problemas encontrados. “Já viu isto? Tudo abandonado”, repara, Manuel, ao olhar para terrenos na encosta.
Agricultores alertam para a quantidade de terrenos de cultivo deixados ao abandono.
Mais acima, desta feita na Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, Adelina, de 61 anos, é responsável pela manutenção daquele local de culto. Um outro problema encontrado é a falta de mão-de-obra.
“Tem falta é de pessoal, mas aqui não há grandes negócios”, nota, dando conta de que existem apenas três cafés em toda a freguesia, mas que estes sentem a diferença de afluência com a presença de turistas. “Sim, tem muitos turistas. Agora são mais os estrangeiros que vêm viver para aqui. Tem um casal húngaro que veio para aqui, vivem há dois anos”, revela.
A freguesia conta com diversos emigrantes da Venezuela, como é o caso também de Filomena, que lembra o regresso à Ribeira da Janela há 35 anos.
Adelina é responsável pela manutenção da Igreja de Nossa Senhora da Encarnação.
O regresso de algumas famílias da Venezuela trouxe mais crianças à freguesia, mas o número ainda é reduzido: 14 entre os 0 e os 15 anos.
As eleições autárquicas, agendadas para 12 de Outubro, ainda pouco dizem aos residentes que desvalorizam o acto eleitoral. “Para quê? Isso não faz lógica!”, reagiu Manuel. “Ainda falta um bocadinho, mas para mim todos são bons”, entende Filomena, que afirma ir sempre votar, independentemente das eleições.
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