• Santa Maria Maior
    • Calheta
      • Arco da Calheta
      • Calheta
      • Estreito da Calheta
      • Fajã da Ovelha
      • Jardim do Mar
      • Paul do Mar
      • Ponta do Pargo
      • Prazeres
    • Câmara de Lobos
      • Câmara de Lobos
      • Curral das Freiras
      • Estreito de Câmara de Lobos
      • Jardim da Serra
      • Quinta Grande
    • Funchal
      • Imaculado Coração de Maria
      • Monte
      • Sé
      • Santo António
      • Santa Luzia
      • Santa Maria Maior
      • São Gonçalo
      • São Martinho
      • São Pedro
      • São Roque
    • Machico
      • Água de Pena
      • Caniçal
      • Machico
      • Porto da Cruz
      • Santo António da Serra
    • Ponta do Sol
      • Canhas
      • Madalena do Mar
      • Ponta do Sol
    • Porto Moniz
      • Achadas da Cruz
      • Porto Moniz
      • Ribeira da Janela
      • Seixal
    • Porto Santo
      • Porto Santo
    • Ribeira Brava
      • Campanário
      • Ribeira Brava
      • Serra de Água
      • Tabua
    • Santa Cruz
      • Camacha
      • Caniço
      • Gaula
      • Santa Cruz
      • Santo António da Serra
    • Santana
      • Arco de São Jorge
      • Faial
      • Ilha
      • Santana
      • São Jorge
      • São Roque do Faial
    • São Vicente
      • Boa Ventura
      • Ponta Delgada
      • São Vicente
Um pouco de história
12 Fevereiro, 2018
Juntas de Freguesia vs Casas do Povo
17 Março, 2018

Santa Maria Maior, uma freguesia de memórias

26 Fevereiro, 2018 às 10:11
Tania_qta_vigia_2

Tânia Sofia Gonçalves

A freguesia de Santa Maria Maior é o espaço e o tempo do meu crescimento, o berço das minhas origens. Uma outra casa, mais ampla, onde aprendi que, a par da família, os vizinhos, os amigos mais chegados, as ruas, as veredas, as levadas, as árvores, a venda, a catequese, o Liceu, os recados que em criança fazia à minha mãe, as entregas do bordado de minha avó, as corridas pelo caminho do Terço abaixo para apanhar o autocarro no Transval representam, não só a minha memória, mas também, um dos pilares da formação da minha personalidade.

Santa Maria Maior vai do mar à serra. Sou natural das zonas altas, Caminho do Terço, Farrobo de Cima, os meus colegas costumavam brincar comigo dizendo que “havia a serra e depois, mais acima, a minha casa”. Uma zona bastante procurada para contemplarem a paisagem fantástica do Funchal e assistirem ao fogo de artifício. Nos meus tempos de criança, parecia que a minha casa ficava mais longe do que atualmente, embora ficasse abaixo do campo da Choupana, tudo era mais distante, andávamos muito a pé. Debaixo do arvoredo, uma simples travessia de um ribeiro, parecia uma ponte perigosa, havia o poço da fonte, com monstros e feiticeiros, chegar ao Largo do Miranda, era uma aventura. Eu era a filha do fotógrafo, do Romeu e Julieta? Essa mesma. Pois, ainda hoje existe este hábito de se identificar as pessoas do sítio por serem filhos do fotógrafo, como eu, do merceeiro, do polícia, do leiteiro, do taxista, aliás, como é caraterístico em toda a região.

Ser a filha do fotógrafo tinha uma relevante importância na zona, inclusive, sendo o fotógrafo do ‘Romeu e Julieta’, o respeito ainda ganhava um privilégio superior. Nesse tempo, antes da toda poderosa era digital e revolução dos telemóveis, o ‘Romeu e Julieta’ era uma marca de referência regional, no âmbito da fotografia, tanto para as matrículas nas escolas, para os bilhetes de identidade, casamentos, baptizados, crismas, como para as fotos das Festas da Flor, Carnaval e fogo de artifício. A procura era enorme e bastante diversificada.

Santa Maria Maior vai do mar à serra. Sou natural das zonas altas, Caminho do Terço, Farrobo de Cima, os meus colegas costumavam brincar comigo dizendo que “havia a serra e depois, mais acima, a minha casa”.

Na paróquia da Boa Nova toda a gente conhecia o sr. José, o fotógrafo. Os vizinhos mandavam revelar as suas fotografias na loja e o meu pai trazia para casa os envelopes repletos de fotos, e os respectivos negativos, para que eu, gentilmente, fosse entregá-los ao domicílio dos artistas amadores, sempre expectantes, porque as fotos tiradas eram uma incógnita. Pois, era uma outra realidade, um mundo completamente diferente do de hoje, gastavam rolos e rolos de fotografia com o olhar fixo no quadradinho minúsculo da máquina, sem visualização prévia, em termos de enquadramento, ângulos, distância e luminosidade. Era fixar, disparar e acreditar que o rolo estava bem colocado para ir rodando e guardando as fotos.

Não pagavam mais por isso, naturalmente, sabíamos que estavam curiosos por ver as suas fotos. Lá ia eu da Choupana ao Jardim Botânico, da Travessa do Pomar ao Transval e até ao Bom Sucesso fazer esse serviço de entrega. Sentia um orgulho muito especial, eu transportava a impressão em papel de momentos, instantes especiais, festas, brincadeiras, poses, sorrisos, alegrias, memórias, as histórias de cada um gravadas no papel da fotografia.

Share

Publicações relacionadas

20 Agosto, 2020

A Nossa Senhora de casa em casa


Ler mais
24 Julho, 2020

Os quintais das nossas avós


Ler mais
2 Janeiro, 2020

Cada minuto conta


Ler mais

Eventos

Últimas

  • Exposição lúdica da Associação Ornitológica da Madeira em São Roque
  • EB1/PE das Figueirinhas realiza mobilidade Erasmus+ na Áustria
  • Tunacedros de São Roque do Faial em digressão a Viseu
  • ADN denuncia “estado vergonhoso” da limpeza e manutenção das áreas públicas no Caniço
  • Concurso de Sidras Naturais da Madeira contou com 24 participantes
Copyright © 2018 Empresa Diário de Notícias, Lda. Todos os direitos reservados.