• São Jorge
    • Calheta
      • Arco da Calheta
      • Calheta
      • Estreito da Calheta
      • Fajã da Ovelha
      • Jardim do Mar
      • Paul do Mar
      • Ponta do Pargo
      • Prazeres
    • Câmara de Lobos
      • Câmara de Lobos
      • Curral das Freiras
      • Estreito de Câmara de Lobos
      • Jardim da Serra
      • Quinta Grande
    • Funchal
      • Imaculado Coração de Maria
      • Monte
      • Sé
      • Santo António
      • Santa Luzia
      • Santa Maria Maior
      • São Gonçalo
      • São Martinho
      • São Pedro
      • São Roque
    • Machico
      • Água de Pena
      • Caniçal
      • Machico
      • Porto da Cruz
      • Santo António da Serra
    • Ponta do Sol
      • Canhas
      • Madalena do Mar
      • Ponta do Sol
    • Porto Moniz
      • Achadas da Cruz
      • Porto Moniz
      • Ribeira da Janela
      • Seixal
    • Porto Santo
      • Porto Santo
    • Ribeira Brava
      • Campanário
      • Ribeira Brava
      • Serra de Água
      • Tabua
    • Santa Cruz
      • Camacha
      • Caniço
      • Gaula
      • Santa Cruz
      • Santo António da Serra
    • Santana
      • Arco de São Jorge
      • Faial
      • Ilha
      • Santana
      • São Jorge
      • São Roque do Faial
    • São Vicente
      • Boa Ventura
      • Ponta Delgada
      • São Vicente
Ei-los que partem…
16 Fevereiro, 2018
No tempo em que as crianças sabiam…
10 Abril, 2018

São Jorge tem…

20 Março, 2018 às 15:48
Paula Noite

Paula Noite

E ainda há aqueles e aquelas (e não serão poucos) que pensam que esta freguesia fica muito longe, quase no fim do mundo…

É aquele lugar onde (por decisão de alguns que não consideram obra prioritária), não há ligação via expresso, mas que na realidade fica a cerca de cinquenta minutos do Funchal e numa ilha considerada, pela quarta vez, o melhor destino da Europa, cá por estas bandas podemos (e bem!) contribuir para manter esse galardão.

A Floresta Laurissilva, considerada pela Unesco Património Mundial Natural desde 1999, cobre densamente as encostas da freguesia e é nesta floresta, com cerca de vinte milhões de anos, que existe uma biodiversidade preciosa, desde a flora (destaque para as Lauráceas, arbustos endémicos, líquenes, fetos e briófitas) até à fauna (o pombo trocaz, o bisbis, o tentilhão e diversos invertebrados).

Por entre a Laurissilva uma viagem que apela a todos os sentidos…

Destaca-se o percurso pedestre da Levada do Rei. Saindo em direcção ao Ribeiro Bonito, origem da levada, encontramos toda a família das imponentes Lauráceas; há centenas de anos já guardiões do lugar onde “o verde é tão verde, quase à beira de cegar”.

Na origem da levada e subindo mais um pouco, vislumbra-se a queda de água que cai apressada, convidando os mais aventureiros para um refrescante canyoning. E aí, podem ultrapassar os obstáculos naturais, caminhar com toda a adrenalina, saltar, fazer rappel e no fim, mergulhar nas águas límpidas e frias.

E a levada corre transportando as folhas vadias que rodopiando lá caíram. E a água vem, por vezes em turbilhão, tendo como principal missão, chegar à serra de água para que a sua força motriz a ponha a funcionar.

Serra de água que foi recuperada e única na Europa, em condições de laborar. A grande quantidade de arvoredo que consequentemente dava a madeira em abundância e a existência de água, fê-la nascer ali, no interior.

O seu mecanismo insere-se num edifício de madeira em tabuado – as costaneiras- e é coberta de zinco. As madeiras eram recolhidas na serra e transportadas para a serra de água onde era cortada em tábuas pelo serrador e enviadas depois para o mercado. O tabuado produzido era destinado à construção de edifícios e à construção naval.

A força propulsora é a água vinda na Levada do Rei, que ordeiramente é conduzida para a roda motriz e o caudal é controlado pela seteira. A água é então direccionada por um mecanismo (vertical) com tirante de ferro. A roda motriz acciona então a roda maluca, que faz deslocar o carro, onde está a madeira para ser cortada.

Esta serra de água, única, foi recuperada com fins turísticos e educacionais.

Outrora local de embarque e desembarque, hoje é um dos locais mais visitados da freguesia. Naturais e turistas procuram este local pela sua rara beleza: a paisagem estende-se do Porto Moniz à Ponta de São Lourenço.

Logo abaixo, na Achadinha está o moinho a água, recuperado também. Um moinho centenário que ao longo dos anos moeu o trigo e o milho, culturas abundantes durante anos. Hoje, ainda se encontram trigais oscilando ao vento, guardados pelos espantalhos, não vão os pássaros estragar a colheita. E o Senhor Lino e a senhora Ana, às vezes lá estão para moer o trigo e o milho nos sacos empilhados, a aguardar a sua vez.

E ao estender o olhar, avistamos ainda a casa redonda, típica de São Jorge. Casa de madeira, com cobertura de colmo (quatro águas). Casas que resistem, teimosamente, a exibir a história de um povo que queremos, seja lembrada e preservada.

E entre o céu e o mar estão os miradouros. Na Beira da Quinta, aninhado na montanha está o Arco de São Jorge. Do outro lado, as Terras de Fora e a Rocha de Baixo, em São Jorge, banhada pelas ondas revoltas. Do Miradouro do Lombo do Pico e do Cabo Aéreo, avistamos o Calhau, as curvas sinuosas do Caminho Real n.º 23 e a Ribeira de São Jorge, correndo preguiçosamente formando na sua foz a lagoa de água doce, separada do mar pelas rochas cor de cinza.

No Farrobo, podemos avistar do Miradouro da Vigia, toda a costa norte e ao longe, os contornos escuros do Porto Santo, que por detrás do Farol (guia da navegação marítima) se erguem orgulhosamente.

Lá em baixo, a Ponta de São Jorge, integrada na Reserva Natural da Rocha do Navio, escreve também páginas da nossa história.

Outrora local de embarque e desembarque, hoje é um dos locais mais visitados da freguesia. Naturais e turistas procuram este local pela sua rara beleza: a paisagem estende-se do Porto Moniz à Ponta de São Lourenço. Ao longo da vereda, espécies endémicas da nossa flora podem ser avistadas e sob as águas transparentes e entre os rochedos escuros, deslizam os bodiões, as ceifias, os pargos, os sargos dando ainda mais vida e cor a este lugar mágico.

São Jorge tem… motivos para que um olhar mais atento conclua que há algo mais a fazer num local cuja natalidade decresceu tanto…

São Jorge tem … jovens que querem ficar, mas que partem por falta de incentivos que permitam a sua fixação à terra que os viu nascer.

São Jorge tem…. necessidade de investimento na recuperação de alguns acessos pedestres, nomeadamente o Caminho Real nº 23 e o acesso ao cais natural.

São Jorge tem… condições para investimento no sector turístico.

São Jorge tem… esperança no futuro!

Share

Publicações relacionadas

São Jorge foto: João Márcio Matos

24 Abril, 2022

A vista é deslumbrante!


Ler mais

Dalila Cunha

23 Abril, 2022

Casa, São Jorge


Ler mais
23 Abril, 2022

Por mar, montanhas, montes e vales…


Ler mais

Eventos

Últimas

  • Machico promove Orçamento Participativo
  • Escola do Lombo do Guiné participa em dois projectos Eramus
  • Seixal recuperou levada geral
  • Imaculado celebrou Dia de São José e do Pai
  • Caniço promove ‘workshop’ em parceria com a DECO
Copyright © 2018 Empresa Diário de Notícias, Lda. Todos os direitos reservados.