Teve início, ontem, uma intervenção no leito da Ribeira da Ametade, em São Roque do Faial, que deverá prolongar-se por cinco meses, com vista à sua limpeza, desobstrução, conservação e reabilitação. Os trabalhos, com duas frentes, serão orientados pelos serviços da Secretaria Regional dos Equipamentos e Infraestruturas (SREI) e executados pela Tecnovia Madeira, com base num protocolo estabelecido entre ambas, o qual determinada que em contrapartida do material inerte retirado, a empresa de construção civil e obras públicas realiza os trabalhos orçados em cerca de 200 mil euros.
A empreitada, que decorre até final do mês de Outubro, surge no âmbito do programa de monitorização das condições de funcionamento hidrológico e hidráulico das linhas de água regionais, conforme explica o secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas, Amílcar Gonçalves.
“Um dos trabalhos consistirá na regularização natural do leito fluvial e estabilização do talude, na margem direita do fundo de vale, de suporte do caminho de terra de acesso à Central Hidroeléctrica da Ribeira da Fajã da Nogueira. Para tal, será implementada uma barreira sedimentar, modelada em banquetas e protegida na base com a construção de um muro de enrocamento simples com pedra basáltica”, explica o governante.
Paralelamente, far-se-á, segundo Amílcar Gonçalves, “a eliminação de depósitos aluviais no meio do curso de água, que contribuem para o desvio do escoamento para as margens fluviais, a par da regularização natural do leito e protecção da margem direita”, disse-nos, através da formação de uma barreira sedimentar defensiva a povoar com espécies ripícolas, dispostas longitudinalmente nos limites do leito natural, para permitir a estruturação do corredor fluvial.
Decorrerá ainda, acrescentou, “uma operação de consolidação das fundações dos muros de suporte de terras da margem direita do fundo de vale e do travessão hidráulico localizado a montante da ponte do caminho real”, na zona conhecida por ‘Moinho do Comandante’.
O secretário com a pasta das obras públicas salienta que trabalhos semelhantes têm decorrido em várias linhas de água da Região, “numa perspectiva de gestão preventiva do risco de cheia rápida/aluvião”, que visam actuar ao nível da mitigação dos riscos, “através de intervenções de limpeza e desobstrução para optimização das condições de escoamento, em concordância com as medidas preconizadas nos instrumentos científicos, técnicos e legais vigentes”, ressalvou.
Entre esses instrumentos encontram-se o Estudo de Avaliação do Risco de Aluvião, o Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira 2016-2021, o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da RAM, a Estratégia Regional de Adaptação às Alterações Climáticas e o Plano de Gestão de Riscos de Inundações da RAM 2016-2021.
No final da intervenção, sublinha Amílcar Gonçalves, ficará assegurado o bom estado de conservação das vias de circulação de acesso à linha de água.
Ribeira Seca do Faial com intervenção semelhante
Trabalhos semelhantes estão, também, em curso na Ribeira Seca do Faial, desta feita a serem executados pela empresa Brinertes. Na empreitada incluem-se a finalização dos trabalhos iniciados em 2017 com vista à consolidação do leito e da margem esquerda da Ribeira Seca, numa extensão de 40 metros, com recurso ao enrocamento de pedras, seguindo a configuração da secção de vazão. A par dessa consolidação, será feito o prolongamento para jusante da barreira sedimentar defensiva, impondo-se o seu repovoamento com espécies ripícolas. De acordo com informações reveladas pela Secretaria Regional dos Equipamentos e Infraestruturas, houve o cuidado de salvaguardar a segurança ambiental da linha de água, nomeadamente com a proibição de contaminação com combustíveis ou lubrificantes da maquinaria utilizada.
No final da intervenção, sublinha Amílcar Gonçalves, ficará assegurado o bom estado de conservação das vias de circulação de acesso à linha de água.