Marcelo Gouveia
Marcelo Gouveia
A 4 km do centro do Funchal, capital da ‘nossa’ Madeira, surge a freguesia de São Roque, nos seus 7,5 km2 de área, entre terrenos trabalhados e habitações cuidadas, com fronteiras bem definidas pelos seus cursos naturais, desmarcando-se das paróquias vizinhas que ‘piscam-o–olho’ à beleza sem igual, como de uma moça se tratasse.
Uma freguesia organizada e pouco labiríntica, onde os seus lombos são ‘servidos’ por todas as acessibilidades, permitindo dar o melhor conforto aos seus moradores, minimizando as discrepâncias entre as diferentes cotas, se bem que, o ponto mais elevado fica ‘tão perto’.
Das zonas mais altas às mais baixas, todos sem diferenças, perto da centralidade demarcada pela sua igreja matriz, reside um povo que vive em harmonia e com o sossego estampado no rosto.
Recheados de áreas soalheiras, onde o sol aquece desde que nasce até se pôr, permitindo que até as mais íngremes encostas fiquem expostas a essa dádiva, atraindo novos fregueses para ‘assentarem’ as suas vidas, equilibrando o paradigma social.
Num âmbito mais interventivo, trata-se de uma freguesia reconhecida pela sua pujança cultural e desportiva que ‘dá cartas’ nestas andanças, pois o seu nome é projectado pelas agremiações existentes, com a qualidade que se exige, reconhecido pelo mais ‘exigente’ espectador.
Com uma vista panorâmica sobre a cidade, vários miradouros contemplam a beleza do anfiteatro natural, culminando na bacia do Funchal. Aí, os mirantes desfrutam as mais belas imagens, delimitadas pelo horizonte longínquo de um oceano azul… Privilégios só vistos ‘cá de cima’.
O deslumbramento dos visitantes e dos turistas que cada vez mais procuram estas paragens, deixa antever um lugar de excelência para um regresso ao encantamento.
A ‘exploração’ da natureza através dos eventos, dá a conhecer o potencial das serras e apaixonar os mais atentos.
Sendo uma procura recente, mas já muito badalada que nasce no Poiso e desce ao Montado da Esperança, seja pelo caminho real ou pelos trilhos que levam ao centro da freguesia, os mais aventureiros que se deliciam com as paisagens encontradas.
Na sua igreja matriz, alusão é feita ao santo que lhe dá o nome e no seu logradouro, fazem-se as festas religiosas, aproximando as gentes para os convívios e para a cavaqueira.
Decretada freguesia no dia 3 de Março de 1479, pelo diocesano D. Jerónimo Barreto que deu o nome de São Roque, pela existência de uma pequena capela cujo nome era deste santo.
São Roque, como reza a história, morreu leproso ao lado do seu fiel cão que trazia comer para o dono se alimentar, até ao fim dos seus dias. Uma história interessante que nos faz pensar.
São Roque… uma freguesia esguia e acolhedora, na zona mais central do concelho, equidistante de todas as extremidades … Um lugar para viver.