A freguesia de Santa Cruz volta a ‘mostrar’ a tangerina aos madeirenses e turistas no próximo fim-de-semana, 15 e 16 de Dezembro, naquela que será a 4.ª edição da ‘Mostra da Tangerina’.
Com o objectivo principal de reunir um conjunto de produtores deste citrino que ganha uma especial importância nesta quadra festiva, este certame decorre na Praça Padre Patrocínio Alves, onde já estão montados os vários stands para a venda de tangerina e seus derivados.
De acordo com Luísa Oliveira, vogal da Junta de Freguesia e responsável pelo evento, “está garantida, para já, a presença de 20 produtores locais deste fruto”, sendo também de contar com um grande número de entidades que comercializam alguns derivados, nomeadamente licores, doçaria, entre outros. “A Mostra da Tangerina tem vindo a crescer, não só no número de produtores presentes, mas sobretudo enquanto evento propriamente dito”, assegurou-nos. Prova disso é, por exemplo, a realização de palestras, concursos e um ‘show cooking’, este último protagonizado pelo Chefe Gilberto Sousa, às 11h30 de domingo, tendo a tangerina como principal ingrediente.
Cartaz preenchido
Esta 4.ª edição desta ‘Mostra’ conta, também, com a actuação de vários artistas regionais que vão tar uma sonoridade mais tradicional a todo o evento. Além dos cânticos de Natal, da chegada do Pai Natal (às 19h30) e do teatro de rua que, no sábado, vão dar outra animação à ‘Noite do Mercado de Santa Cruz’, no domingo merecem destaque as actuações do Xarabanda, a partir das 21 horas, bem como as performances dos dois grupos de cordofones da Casa do Povo de Santa Cruz.
Também no domingo, um dos momentos de maior envolvimento da população do concelho de Santa Cruz será, certamente, o concurso ‘Paladares da Tangerina’, com todos os santacruzenses a poderem concorrer aos prémios monetários que serão oferecidos os vencedores de cada uma das três categorias – doçaria, licores e poncha. Refira-se que as inscrições decorrem até amanhã, podendo cada participante apresentar na ‘disputa’ com um produto de cada categoria.
Produção inferior, este ano
A realização deste certame na freguesia de Santa Cruz, conforme nos revelou a organização, deve-se ao facto de ser aqui que se concentra um maior número de produtores deste citrino. De facto, em pouco mais de 3,5 hectares, de um total regional a rondar os 12 hectares, temos perto de 40 produtores.
Estevão Luz é um deles, com um pomar com cerca de 500 tangerineiras, dispersas por 1 hectare de terreno disposto em socalcos, no sítio de Roma. Agricultor nos tempos livres, lamenta o decréscimo na produção. “Habitualmente produzo entre 7 a 9 toneladas, mas este ano não chega a 30% desse valor.”, confessou-nos. Além dos problemas radiculares que, nos últimos três anos têm afectado algumas árvores do pomar, a instabilidade climática e o vento são apontados como os grandes causadores do prejuízo. Ainda assim, não desanima e tem vindo a fazer a substituição das plantas mais antigas, no sentido de dar continuidade a este seu projecto que começou como uma brincadeira e que agora já faz dele um dos maiores produtores regionais.
De acordo com a Direcção Regional da Agricultura (DRA), até ao ano passado, os valores de produção têm vindo a aumentar ligeiramente, passando das 96 toneladas, em 2010, para as 155 toneladas/ano em 2017. Para este ano, embora não se tenham registado alterações significativas nas áreas de produção, o balanço final ainda é uma incógnita, sendo certo que a maturação está atrasado em algumas zonas.
Com parcelas pequenas e dispersas, a área de produção cifra-se, de acordo com os dados divulgados pela DRA na casa dos 15 hectares, sendo que desde 2010 que a sua variação é na ordem de 1 ou 2 hectares. Estes terrenos dividem-se por uma mais de 120 explorações, distribuídas um pouco por toda a Região.