Élio Pereira
Élio Pereira
Com o início de grande parte das competições desportivas, da temporada 2018-2019, é tempo de retirar do vestuário o fardamento engelhado, atestar o ar das bolas e encerar as chuteiras penduradas. As provas estão aí…!
Patins em linha, hóquei em patins, basebol, voleibol, dança, todo-o-terreno, bilhar, natação, parapente e até hidroginástica. Muitas são as modalidades que ao longo de mais de 5 décadas deram e dão cor ao clube mais antigo da Calheta, mas é o desporto-rei que maior destaque tem e ostenta o seu próprio nome. Falo do Estrela da Calheta Futebol Clube.
Este clube é proveniente da junção de clubes como o Espírito Santo, da vila da Calheta, e o clube Estrela, de zonas mais altas da freguesia, que participavam, pelo que percebi, num tal de campeonato da Costa de Baixo (entre a Ribeira Brava e a Calheta), na década de 50, numa competição em que as regras eram pouco definidas, o material desportivo rafeiro e os campos irregulares. O desformado recinto do Paul do Mar era a catedral dos grandes e disputados jogos da Calheta… A Champions League dos 50’s.
Da época, e de pessoas como o meu pai, lembro de histórias de um futebol praticado em campo improvisado, descalço, com unhas negras (no mínimo), e bolas de trapos. Quanto às regras, os maiores mandavam e as advertências eram de mão fechada e a ‘pés juntos’.
Da vontade de um grupo de calhetenses em querer projetar a Calheta no patamar desportivo regional, e de propiciar um desenvolvimento individual, social e cívico, através da prática de atividade física, surge em 1964 um clube que hoje movimenta várias centenas de atletas, de diferentes idades, em diversas modalidades desportivas.
Desde 1976 com estatutos renovados e federados, o clube deu início a uma escalada desportiva que teve o seu auge no ano de 2004, com a subida do escalão superior de futebol, à então 3ª Divisão nacional.
Muitas alegrias à sua massa associativa e população local foi conquistando ao longo dos anos, e mesmo com as limitações e dificuldade financeiras habituais e dependentes de apoios, foi remando até os objetivos delineados.
Confraternização, espírito de equipa e grandes emoções entram no rol dos contributos que acompanham os sucessos desta coletividade vermelha e branca.
Sem grandes dotes desportivos, como contributo meu, apenas a remota colaboração como adjunto de hóquei em patins, do grande Rui Silva. Correr e transpirar que é bom, deixei para os melhores…
Apresentadas as equipas no passado mês de setembro, em gala de luxo, só resta aguardar e torcer pela chegada de títulos. Muitos são já os campeões que iniciaram as suas provas.
A mim, resta-me apenas desejar sucesso. Força, Estrela!