Ricardo Augusto
Ricardo Augusto
Tempo é dinheiro! Nunca esta frase fez tanto sentido no mundo gastronómico como agora com o surgimento deste fenómeno intitulado e rotulado de “restaurantes pop-up”.
Estes espaços podem ser definidos como restaurantes que operam temporariamente em locais previamente determinados ou muitas vezes inesperados. A ideia chave aqui é permitir às equipas que circulam pelos diferentes locais, dar a conhecer novos produtos, conceitos e até criar novas tendências. Tudo isto num espaço temporal de apenas dias, semanas ou meses.
Desde tacos, hamburgers, comida tailandesa e até “cozinhas Michelin”, tudo num só restaurante e apenas com algumas semanas de intervalo. O espaço permanece o mesmo mas dependendo de quem está no comando, as ofertas gastronómicas mudam radicalmente. Isto para os amantes da gastronomia, acaba por ser uma jornada culinária de nível europeu e mundial.
Uma das grandes vantagens deste novo conceito (na verdade não é assim tão recente mas só agora começamos a ouvir falar com maior frequência) reside no facto dos mesmos não necessitarem de um avultado investimento financeiro. Na realidade todo o equipamento necessário para a cozinha funcionar já lá está, assim como no chamado Front of the house – sala ou salas para os comensais. Eventualmente será necessário alterar ou adquirir, com base na cozinha e no conceito desejado uma ou outra situação mas, regra geral tudo está pronto!
Estes restaurantes são o spot certo para todos os aspirantes a chefes de cozinha e até mesmo para aqueles que um dia sonham em ter o seu próprio negócio no mundo gastronómico. Durante um período X de tempo são colocadas à prova todas as aptidões, ideias e modelos que foram idealizados em pensamento. Muitos destes espaços até permitem a contratação em simultâneo de equipas capazes de ajudar a “colocar no terreno” as cartas e os menus e inclusive na seleção dos melhores ingredientes e utensílios.
A mobilidade destes restaurantes, por serem projetos que vão mudando de espaço, de lugar, de cozinha e até de staff, fascina qualquer “foodie” digno dessa palavra tamanha é a curiosidade e expetativa que criam. Não é de estranhar que as reservas se esgotem quando são anunciados ao público e que em simultâneo lhes dê um enorme prestígio cultural (sim porque estamos já a falar de uma cultura muito especifica) dentro do sector.
Não tenhamos dúvidas: Ao longo dos anos temos assistido a uma revolução gastronómica sem limites e facilmente constatamos que as apetências do público essencialmente passam pela descoberta de novas sensações. Existe um entusiasmo imenso quando as opções culinárias são uma realidade e afastam-se do chamado “tradicional”. O sucesso destes restaurantes é o maior exemplo e incute nos Chefes a certeza de que podem e devem continuar a fazer desvios culinários criando novas perspetivas.
Nós aqui na Calheta felizmente somos possuidores de uma mentalidade com abertura suficiente para permitir novas “experiências” gastronómicas sem termos de recorrer a grandes revoluções. Prova disso foi o intenso mês de Julho e Agosto onde as equipas foram colocadas, mais uma vez, à prova junto de comensais exigentes e o resultado foi deveras satisfatório. Novas ofertas gastronómicas surgiram (pop-up!) e a aceitação foi fantástica (top!)