Por decisão do próprio, o presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Brava alterou o regime de mandato, abdicando do meio tempo para passar a exercer em regime de tempo inteiro.
A decisão de Marco Martins, com efeitos já este mês, foi comunicada na última Assembleia de Freguesia, realizada em Dezembro.
O autarca eleito pelo Movimento ‘Ribeira Brava Primeiro’ – na altura filiado no CDS – lembra que esta é uma decisão que “compete exclusivamente ao presidente da Junta de Freguesia” devendo apenas comunicar aos órgãos próprios da instituição. Contudo, achou por bem submeter a decisão à votação dos órgãos de Freguesia – Executivo e Assembleia – que ‘aprovaram’ por unanimidade a alteração.
“A decisão foi tomada por unanimidade. Não era necessário submeter à votação, de qualquer forma levei a proposta a reunião do Executivo que aprovou por unanimidade. Foi também aprovado por unanimidade que eu abdiquei de todas as ajudas de custo, ou seja, não irei receber ajudas de custo apesar de as ter direito. Abdiquei porque estou aqui para cumprir politicamente o meu desempenho e não para estar a viver à custa de ajudas de custo. Continuo a usar o meu carro, continuo a gastar o meu gasóleo, continuo a comer e beber do meu dinheiro”, esclarece.
“Vou receber simplesmente o ordenado e o subsídio de alimentação e isso foi também levado à Assembleia de Freguesia, apesar de não ser obrigatório, e foi também votado por unanimidade”, reforça o presidente agora a tempo inteiro.
Justifica a decisão com o desgaste que acusava em acumular a condição de trabalhador no privado de presidente de Junta. “É muito difícil estar a desempenhar as funções de presidente de Junta na maior freguesia do concelho, onde tinha de dedicar, no mínimo, 15 horas semanais com à função, e ter ainda de dedicar oito horas de trabalho diárias na empresa privada onde trabalhava. Foi uma opção minha, opção pessoal de dedicar-me a 100% à Junta de Freguesia e suspender o contrato de trabalho”, sustenta.
O autarca que entretanto já se desvinculou do CDS assegura que com esta decisão irá “receber muito menos do que receberia estando na empresa e a meio tempo na Junta”, mas lembra que “o dinheiro não é tudo”, razão para ter optado em exercer na plenitude a função neste que é o segundo mandato consecutivo.
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