Na manhã desta terça-feira, 8 de Julho, o DIÁRIO percorreu o Caniço, da Assomada às Figueirinhas, passando pelo centro da cidade.
Na Assomada, Agostinho Perestrelo, motorista de autocarros há quase 30 anos, partilha histórias e críticas: “Estamos bem em acessos, apesar dos constrangimentos, mas a requalificação vai ficar estreita, com passeios largos para estacionar e pouca estrada. Falta civismo.” Repara no crescimento desordenado: “Antes uma casa tinha um carro, agora há quatro ou cinco.” O trânsito é caótico 24 horas por dia. Apesar do passado difícil e preferência pelo PS, chama o Caniço de “dormitório” que oferece serviços essenciais e deseja só ver a inflação baixar.
No centro, Natacha Sargo, trabalhadora de salão de beleza, não vota: “Eles saem, entram e fica tudo igual.” Sobre segurança, reconhece melhorias, mas reclama mais polícia e um posto da PSP. No trânsito, apesar das lombas problemáticas, vê avanços.
Nas Figueirinhas, João Paulo Freitas, comerciante e emigrante regressado, valoriza o Caniço, “quase uma cidade”, mas lamenta a falta da esquadra prometida. Estradas melhoraram, mas falta alargar até ao Aeroporto. Prefere afastar-se da política e critica a burocracia para pequenas obras.
João Juvenal Abreu, morador próximo da escola, recorda um passado de emigrante e perdas, vive agora com reforma modesta: “Um casal com 500 euros não dá para nada.” Apesar de tudo, aprecia o sossego local. Desiludido com a política, manifesta saudosismo por tempos de ordem e disciplina. Critica os novos hábitos e conclui que vai “deixar andar”, com olhos no horizonte.
Elevado a vila em 2000 e cidade em 2005, o Caniço cresce, transforma-se e acolhe histórias diversas. Apesar das queixas e desafios, continua a ser, para muitos, o melhor lugar do mundo, onde cada um semeia o seu futuro, esperando dias melhores.
Leia a reportagem na íntegra na edição impressa do DIÁRIO de hoje, dia 12 de Julho.