Marta Freitas
Marta Freitas
A história da freguesia de Santa Luzia iniciou-se em 1676, sendo composta por parte da freguesia da Sé e da Nossa Senhora do Monte. Em 1955 foi reduzida, sendo a sua vez de ceder parte da sua área, juntamente com a do Monte, para dar origem ao Imaculado Coração de Maria.
Talvez seja por este motivo que uma clínica e um jardim localizados no Imaculado Coração de Maria tenham o nome da Santa Luzia, ficando estes na margem que separa as duas freguesias. Apesar de ambos terem sido inaugurados após a data de criação desta jovem freguesia à qual pertencem.
Santa Luzia é muito procurada por jovens famílias por ser considerada uma freguesia citadina, pois residindo nesta, muitos não necessitam de recorrer aos meios de transporte para se deslocarem até o trabalho ou instituições de ensino. Até outros que trabalham no coração da cidade do Funchal, recorrem às suas artérias para estacionarem as viaturas, deslocando-se de seguida a pé até o centro. É então este o movimento que se vê diariamente de 2ª a 6ª feira na zona Sul da freguesia. No princípio da manhã e no final da tarde, existe um grande movimento de veículos, pessoas de várias freguesias ou até de vários concelhos da Ilha da Madeira deslocam-se até esta freguesia para deixar os seus filhos nos estabelecimentos de ensino, que nela se encontram, ou até as empresas ou organizações onde laboram.
Em Santa Luzia existem algumas instituições de ensino públicas e privadas, que apoiam desde a fase do infantário até o ensino superior. Também estão presentes algumas instituições com papel relevante na Região Autónoma da Madeira, são exemplo instituições públicas como o Instituto de Segurança Social da Madeira, o Centro de Saúde do Bom Jesus, o Gabinete Coordenador de Educação Artística, entre outras. Todavia também as pequenas empresas como restaurantes, cafés, e outras empresas de comércio ajudam a dar algum movimento à freguesia, e têm um papel fulcral no apoio diário às necessidades dos fregueses.
Assim é Santa Luzia, uma freguesia cheia de movimento durante a semana e que, ao fim de semana, transforma-se numa freguesia tranquila como tantas outras que existem na ilha, confundindo-se até com uma mais rural, onde podemos ouvir animais domésticos como galinhas, gatos, cães, cabras…. ou até a típica “frogoneta” a buzinar pelas ruas vendendo terra, legumes, pão ou gás.
Em determinadas zonas como a do miradouro da Tabaiba ou na fronteira com a freguesia do Monte, na zona Norte da freguesia, podemos ver residências modestas com pequenas hortas e animais de criação, bem como temos a oportunidade de visionar um lindíssimo quadro vivo da baía do Funchal, e onde toda a confusão citadina parece não existir.
Em toda a freguesia, em várias residências, recolhem-se pessoas mais idosas que vêm ao quintal para apanhar um pouco de sol, ou até caminhar, momentos nos quais também aproveitam para partilhar um pouco das histórias da freguesia com os casais mais jovens, que aos poucos vêm dar uma nova cara às habitações antigas que vão ficando gradualmente desabitadas pelos idosos falecidos, tal como aconteceu a muitas das quintas anteriormente existentes nesta freguesia que deram lugar a edificações de apartamentos.
E esta é a dinâmica da freguesia de Santa Luzia, de uma forma muito generalizada, claro!! Ainda, pelo facto de ser uma freguesia muito citadina, poderá justificar a reduzida área verde. Parece que todos os cantinhos foram aproveitados para encaixar uma moradia, ou deram lugar a um edifício cheio de andares, essencialmente na zona baixa e perto do centro da cidade do Funchal. Seria agradável e desejável por muitos fregueses ver mais zonas verdes na região Sul, como um refúgio dentro do ruído e confusão citadina, onde brincar com os nossos filhos seria certamente um local de eleição e a optar para os nossos tempos livres, numa freguesia onde algumas estradas não oferecem segurança para correr ou andar de bicicleta, como outrora podia fazer quando tinha oportunidade de ser criança.