A freguesia de Santo António da Serra, no concelho de Machico, comemora, hoje, 182 anos. Para assinalar a data está prevista para logo à tarde, pelas 17h30, uma missa na Igreja da Ribeira de Machico, seguindo-se, sensivelmente uma hora depois, a sessão solene, que além dos habituais discursos, contará com a interpretação dos hinos nacional e regional pelos alunos da EB1/PE de Santo António da Serra e com a actuação do Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo local.
Incluída na sessão está, também, a apresentação de um painel de azulejos onde se destaca a figura do produtor de sidra, uma das produções com maior expressão na economia da freguesia, ganhando relevo esta espécie de homenagem, procurando contrariar o abandono crescente da agricultura e do sector primário que ali se verifica.
De resto, o executivo liderado por Gilberto Rodrigues não deixa de associar esse problema ao envelhecimento notório da população residente, agravado pela deslocação dos mais jovens para os centros urbanos, ou, em situações limite, a emigração para outros países. Segundo o presidente da Junta, o “o Santo da Serra não está imune a este flagelo que atinge quase todos os concelhos da Região”, e mesmo que as soluções não estejam ao alcance do organismo que lidera, não deixa de apontar que “passam, inequivocamente, por uma maior aposta no investimento público, criando mais e melhores condições de vida, bem como no investimento privado”, disse-nos.
São, de resto, os privados que têm a capacidade de criar mais emprego, para o que, segundo o nosso interlocutor, é fundamental uma aposta generalizada na estabilidade e na desburocratização, sobretudo ao nível da habitação familiar. “Precisamos que haja construção a preços controlados, pois cada vez é mais difícil a um residente construir a sua casa como antigamente. E quando tenta dar início a esse processo, só o que é exigido em projetos e burocracia faz com que desista logo da ideia de fazer a sua casinha. Perante este cenário vão comprar ou alugar para outros lados”, assegura Gilberto Rodrigues ao ‘Diário das Frguesias’.
À porta da Junta chegam, principalmente, alguns pedidos de materiais para melhorias nas habitações, bem como pedidos de limpeza e manutenção de caminhos municipais e veredas, tarefas com que se ocupam os colaboradores da instituição e que exigem uma fatia considerável dos 53 mil euros do orçamento anual, além das despesas correntes.
Com parcos recursos, a estratégia da Junta de Freguesia passa pelo potenciar, evidenciar e conservar do que de melhor existe na localidade. A sidraria e o respectivo ‘Museu da Sidra’ têm sido uma das exigências que o executivo tem feito ao Governo Regional, uma forma de valorizar o produto e, ao mesmo tempo, evidenciar a sua qualidade.