Manuel Vieira de Sousa
‘Diário das Freguesias’ já está on line
31 Janeiro, 2018
Arco da Calheta, o melhor refúgio
24 Fevereiro, 2018
15 de Agosto de 1960.
O Santa Maria acabava de chegar à Madeira, vindo do circuito habitual antes de Henrique Galvão provocar as alterações ao percurso habitual que, saindo de Lisboa, passava pela Madeira, dirigia-se a La Guayra, depois passava pelo Curaçau, seguia para Havana, depois Miami, passando em Canárias antes de fundear no Funchal.
A bordo, vindos de Aruba, via Curaçau, entre tantos outros passageiros, vinham o meu pai, a minha mãe grávida, a minha irmã e eu. O primogénito. Faria 7 anos em breve e esperava-me uma escola primária que eu desconhecia em absoluto.
Sei que fui à festa do Monte. E sei que ficamos nesse dia no Funchal.
Lembro-me perfeitamente da viagem desde o Funchal ao Arco da Calheta, num táxi, com a minha mãe e minha irmã. O meu pai ficou no Funchal para tratar das burocracias que o desalfandegamento das bagagens obrigava.
Razão tem o meu prezado amigo de há décadas, Dr. Manuel Leça, do alto da sua sabedoria e experiência de vida, quando diz que o Arco da Calheta é “a sala de visitas do concelho da Calheta”.
Aruba é uma ilha das Antilhas Holandesas, hoje independente, e sempre pequena, plana e pacata.
Na vinda para o Arco da Calheta, cansado do sobe e desce, curvas e contra-curvas que a então Estrada Nacional 101 oferece, com a parca iluminação existente, lembro-me a cada curva, descida, subida, perguntar a minha mãe:
– Onde é que fica a nossa casa?
– Por detrás daquele monte.
E, passaram-se um, dois, três, muitos montes e voltava a insistir:
– Onde é que fica a nossa casa?
– Por detrás daquele monte.
– Mas, já passámos o monte e é sempre atrás daquele monte?
– Mas este é outro monte.
Chegámos ao Loreto era noite. Corria o mês de Agosto de 1960. E, agora, já lá vão quase cinquenta e oito anos, eu continuo pelo Arco da Calheta. A adorar estas lindas paragens. Pela sua maravilhosa gente, pela sua linda terra, pelo seu mar maravilhoso, pelas suas serras verdejantes, pelo seu clima ameno.
Enfim por tudo o que tem e nos permite desfrutar. Aos residentes e aos muitos turistas, regionais, nacionais e estrangeiros.
Razão tem o meu prezado amigo de há décadas, Dr. Manuel Leça, do alto da sua sabedoria e experiência de vida, quando diz que o Arco da Calheta é “a sala de visitas do concelho da Calheta”.
Fala quem sabe!
