No Norte da Madeira quem é entusiasta das tradições festivas alusivas às missas do parto e do Galo também considera apressada a decisão da Diocese de proibir os convívios no exterior das igrejas. É o caso do porto-monicense Rui Nelson, que acha que o bispo D. Nuno Brás foi “um bocado precipitado (decidir) quando ainda faltam dois meses [para o Natal]”. Embora reconheça que “essas orientações vão de encontro ao que o senso comum”, face ao evoluir da pandemia, ressalva que “ninguém sabe o que é que vai acontecer” até Dezembro. Razão para considerar que não havia necessidade para decidir tão cedo.
“Essa decisão devia depender do que se vai passar nos próximos meses, da evolução da pandemia, por isso acho que é um bocado cedo para tomar essa decisão. Talvez tivesse sido melhor aguardar mais umas semanas”, manifesta.
Rui Nelson é também da opinião que “se não se pode fazer dentro da igreja, fora também não. Agora se for permitido os festejos dentro da igreja, então não vejo por que razão o mesmo não possa acontecer fora”, diz.
Independentemente da posição oficial da igreja, este entusiasta residente no Porto Moniz admite que dificilmente os paroquianos irão resistir em ignorar a tradição.
“Vai ser difícil não cumprir com a tradição. Nem que seja com a máscara, acho que as pessoas vão acabar por levar as suas coisas (licores e broas) e vão cantar, nem que seja com a máscara. Mas vai depender do que se vai passar nestes dois meses. Se continuar assim, penso que as pessoas vão querer fazer alguma coisa”, conclui.