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Caniço, terra de luz e mar!

20 Setembro, 2018 às 7:18

Rosélia Quintal

Quando me perguntam onde vivo, respondo sempre: na melhor terra da Madeira, no Caniço.

Sem pretensão de qualquer bairrismo, pois   cada um gosta do seu canto. Digo, ainda assim,  que o Caniço tem a luz, a energia, a força  dos lugares bons. Ouvi a alguém dizer que, quando   se entra no  Caniço, se sente  um ar  diferente e digo que é verdade.

De facto,  esta cidade acarreta em si um misto de campo e cidade, emanado das verduras naturais que se  destacam na paisagem , por um lado,  e na agitação  das gentes, por outro.

Há sempre duas memórias de uma terra, porque o tempo deixa  a marca da sua passagem.  A memória do Caniço da minha infância nunca se desvaneceu. Quando passamos no centro do Caniço, como  já dizíamos no tempo em que ainda não éramos cidade, relembramos o ponto de  encontro de outros tempos: a igreja matriz, lugar de ajuntamento, depois da missa das  oito, a mais frequentada. Encontro de devoção e de convívio social. Ali, juntava-se o Caniço inteiro: as  devotas, os homens de chapéu,  as mães, as vizinhas, as catequistas, as casadoiras, a criançada,  as famílias. A missa reunia  todos os sítios,  o Caniço de Baixo para a Cidade, o Caniço de Baixo para Machico,  a Assomada,  a Pedra Mole,   a Vargem, o Castelo,  os Barreiros,  a Tendeira, os Moinhos…,  até  algum povo das Eiras, apesar de já ter a  sua igreja, uma casa transformada em templo, pois só mais tarde se construiu a nova igreja.

Naquele tempo, trabalhava-se a terra e até  me lembro dos  barcos de pesca nos Reis Magos, a par das casas  de madeira dos senhores do Funchal,  que passavam ali o verão.

A escola primária era uma   sala  no rés do chão de uma casa e as três  escolas do meu tempo tinham   professoras   que, pela sua  força de caráter , me ficaram na memória: a D. Teresa , a D. Branca , a D. Eliza. Íamos em bando, livres como passarinhos,  para a escola, a pé, pelos caminhos reais,  que eram os nossos caminhos da aprendizagem.  Ir à escola  na cidade,  para o liceu,  ou par a a então escola industrial,  era fazer um percurso de mais de  trinta minutos no horário das  sete e um quarto,  que  passava pelo  centro do Caniço, descia o Pináculo e parava no Campo da Barca. O regresso a casa era mais animado, quando se deixava passar o horário para vir no desdobra, abreviatura de desdobramento, isto é o segundo   autocarro.

Este é o Caniço que guardo na memória. Seríamos cerca de  seis mil caniceiros,  conhecíamo-nos   mais pelas alcunhas do que pelos nomes e os forasteiros  destacavam-se logo.

As festas  religiosas  eram vividas com devoção e não faltávamos nem à Festa do Senhor, nem à  de Nossa Senhora do Livramento. As romagens eram organizadas a rigor e faziam parte  da tradição da freguesia.  As raparigas tinham a sua distinção , quando eram nomeadas para mordomas, na festa de Nossa Senhora da Conceição e  encomendavam o vestido branco  na costureira, com a antecedência necessária para que nada falhasse.

Este é o Caniço que guardo na memória. Seríamos cerca de  seis mil caniceiros,  conhecíamo-nos   mais pelas alcunhas do que pelos nomes e os forasteiros  destacavam-se logo.

Éramos campo.  Agora somos cidade. Mas não deixamos, orgulhosamente, de ser campo.

O Caniço cresceu, modernizou-se, ganhou mais casas, mais edifícios, mais comércio, mais turistas, mais  gente.  A paisagem alterou-se , mas a marca natural desta terra impregna o espírito do lugar a tudo o que se renova, continua ali, no meio das edificações: os moinhos, as levadas, os caminhos reais, as ribeiras,  as veredas são património que não há de perecer, se tiver a intervenção necessária. E a cultura e o nosso sotaque aqui estão para nos distinguir como marca registada de que não abdicamos.

Amava o Caniço de antigamente! Mas  gosto do Caniço de hoje.  A pacata  freguesia menina e moça  deu lugar a uma senhora cidade adulta, imponente,  forte e altruísta: comércio, habitação, estradas, escolas, praia, restauração, turismo, tudo  isto deu um novo rosto ao Caniço e, em poucos anos,  os seis mil caniceiros passaram a conviver, com os mais de  dezassete mil forasteiros, que chegaram à nova cidade, vindos de várias partes da ilha, sobretudo do Funchal e do território continental do nosso país.   Hoje, somos  cerca de  vinte e três mil,  e orgulhamo-nos de  um Caniço moderno, que atraiu tanta gente, permitindo que  a nossa qualidade de vida se transformasse grandemente e para melhor.

Os turistas  que chegam à Madeira , pelo Porto do Funchal, quando lhes é dado a conhecer os lugares que podem visitar rapidamente, elegem quase sempre o  Cristo Rei, monumento imponente do Caniço. E o mais engraçado é que pergunto a muitos funchalenses se costumam ir ao Cristo rei e dizem-me que não. Pois garanto-vos que este é o lugar com  mais energia que conheço;  não será preciso procurar um estudo científico para descobrir que ali há uma energia esotérica: basta lá estar; e é essa a energia que, atrevo-me a dizer, vindo da Natureza ou do Céu, ou dos dois, se sente no Caniço, quando se percorrem as ruas e ruelas , todas elas com o seu caráter próprio. Se formos ao Serralhal, aos Moinhos, ou à Vista da Igreja,  encontramos um espaço mágico de natureza , ali mesmo,  e de mar com um horizonte redondo, ao longe; se formos ao centro do Caniço,  vamos ao espaço do comércio, da restauração, dos serviços; se formos  ao Caniço de Baixo, temos a praia, as promenades, os hotéis;

O Caniço tem uma identidade construída na diversidade dos lugares e das gentes, mas há uma característica que não se demarca dos caniceiros:  se és do caniço, és da terra das cebolas! E pronto!  Até disso recebemos uma energia que todos os biólogos reconhecem como importante para uma vida com saúde e energia. Viva o Caniço!

( Perdoem-me os leitores: a melhor terra da Madeira!)

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