Sónia Gonçalves
Sónia Gonçalves
Março. O mês da Primavera. Fartos já de frio, o sol convida-nos a imaginar outros cenários, mais coloridos.
Ainda que as montras vistam roupas mais veraneantes e algumas pessoas já se atrevam a deixar o casaco em casa, o frio ainda se faz sentir. Sobretudo no Jardim da Serra.
Embora o tempo esteja muito instável, é geralmente neste mês que um manto branco cobre esta zona alta de Câmara de Lobos. Não falo de neve… As cerejeiras em flor pincelam a paisagem e convidam a uma vista soberba que merece ser apreciada, dando mote para digressões românticas, turísticas e até inspirações literárias.
No cume, o Hotel Quinta da Serra convida a uma estadia mais prolongada no meio da natureza, permitindo contemplar de perto este panorama deveras aconchegante.
Orgulha-me o facto de a Quinta não se ter convertido em apenas mais um hotel. É um Hotel Bio, galardoado e reconhecido pela sua excelência em termos ecológicos e biológicos, com produção agrícola certificada utilizada depois para a confeção de alimentos que são servidos no restaurante.
Antes da Quinta do Jardim da Serra ser recuperada e convertida numa estância de cinco estrelas, mantendo, contudo, os seus traços originais, tanto a casa-mãe como os amplos jardins e os arredores estavam num estado de abandono que entristecia.
Lembro-me de a visitar, com os primos, aos fins-de-semana. Jogávamos à bola e às escondidas, ao “Lá Vai à Obra”, ao Jogo do Lenço e a outros jogos tradicionais. Antes de anoitecer, regressávamos a casa, pois as histórias insólitas que nos contavam e o barulho do cruzar dos ramos das altas árvores amedrontavam-nos tanto que nunca arriscávamos sair muito tarde.
Na verdade, a imponente quinta, que terá sido mandada construir no início do século XIX pelo imperador Henry Veitch, por estar durante muitos anos fechada e no meio de uma vasta vegetação, sempre foi alvo de muitas histórias e lendas, algumas delas disponíveis no próprio site do hotel (http://www.hotelquintadaserra.com/a-lenda-da-quinta.html).
Não tarda, as flores das cerejeiras ‘rebentam’ e vai ver que vale a pena apreciar pelos seus próprios olhos este quadro único!