Ricardo Augusto
Ricardo Augusto
Parques de estacionamento abandonados…
Contentores de navios…
Pilares e estruturas de betão com paredes cobertas de grafitti…
Estes são apenas alguns exemplos de onde “nascem” as cada vez mais populares Ghost Kitchens.
Também conhecidas por headless restaurants (restaurantes sem funcionários), são espaços físicos onde não existem mesas, cadeiras, mas sim e apenas “cozinhas” equipadas com materiais e equipamentos modernos onde são preparados pratos para venda através de serviços de entrega a casa.
Muitas destas cozinhas são verdadeiros paraísos gourmets!
Os amantes gastronómicos poderão encontrar aqui fogões e bocas a trabalhar a 100%! Pratos a serem “empratados”, panelas de vapor a assobiar, molhos a fervilhar, cozinheiros a “gritar e a correr”, tudo como num restaurante verdadeiro. Há no entanto algo faltando: Clientes.
Tudo isto é possível porque o presente fenómeno advém do crescimento e popularidade do conceito de entregas em casa. Este novo segmento de mercado desde há anos é cada vez mais uma realidade. Só para termos uma ideia, este conceito de serviços e entrega cresceu de 2 mil milhões de euros em 2016 para mais de 3,6 mil milhões em 2018 segundo uma análise do site statista*.
A previsão é de 6.8 mil milhões de euros até 2022!
As cozinhas fantasma crescem de uma forma “assustadora” porque cada vez mais surgem clientes jovens e são estes, esta nova geração, que domina o mercado. Todos os dispositivos móveis oferecem aplicações fáceis e giras de serem manuseadas. O pedido é feito tendo em conta o desejo no momento – sushi, hambúrgueres, pizzas, comida tailandesa, etc. etc., rastreado e entregue com toda a segurança e comodidade.
Para manter a competitividade a longo prazo, todos os restaurantes precisam de novas ideias e a expansão das suas operações a novos mercados através das cozinhas fantasma é uma opção sensata e válida senão vejamos:
Não existem grandes investimentos em termos de espaço físico. Não há necessidade de mesas, cadeiras, loiças, cutelaria, decoração e equipas de empregados de mesa. Um conjunto de cozinheiros profissionais, o equipamento certo, produtos de qualidade e a cooperação com um serviço de entregas experiente on-line é o quanto basta.
A fórmula mágica e quase perfeita para um retorno garantido do pequeno investimento. Sucesso calculado ao pormenor e tanto para um restaurante conhecido como para uma pequena Startup.
O município da Calheta é rico em ofertas gastronómicas distintas e variadas e se calhar deveríamos começar a pensar em “oferecer” a possibilidade a todos os residentes da Madeira (isto apenas para começar) de degustarem as nossas maravilhas no conforto dos seus lares. Já estou a imaginar: “Onda Azul fast home delivery…”
*https://de.statista.com/outlook/374/137/online-food-delivery/deutschland#market-revenue