No próximo sábado, dia 1, a tradição volta a cumprir-se em Santa Cruz, com a Banda Municipal desta localidade a realizar a já habitual ‘Alvorada’, evocando a Restauração da Independência, a 1 de Dezembro de 1640.
É, pois, ainda de madrugada, pelas 6 horas da manhã, que os vários elementos da Banda dão início a uma espécie de cortejo pelas principais ruas da localidade, entoado, entre outras melodias, o ‘hino da Restauração’, com passagem obrigatória pelas principais instituições que ali existem, bem como pelos estabelecimentos comerciais que abrem as suas portas para receber os músicos e todos aqueles que os acompanham.
De alguns anos a esta parte, as celebrações têm sido enriquecidas com uma encenação histórica alusiva à data, da responsabilidade da Casa do Povo de Santa Cruz, entidade parceira que proporciona, também, um convívio com ‘comes e bebes’. Este ano, o convívio terá lugar na Praceta Padre Gabriel Olavo Garcês.
Tradição teve início em 1924
De acordo com Jaime Nunes, Presidente da Assembleia da Banda de Santa Cruz, “estas celebrações surgiram, um pouco na sequência da tradição que os jovens do Liceu do Funchal tinham de, na madrugada do dia 1, escreverem nas portas a data de 1640”. Revivendo esse gesto, a Banda ‘Os Guerrilas’, no período anterior ao Estado Novo, deu início à ‘Alvorada’, no Funchal, saindo em cortejo do Colégio em direcção ao Largo da Restauração. Alguns anos mais tarde,em 1924, a Banda Municipal de Santa Cruz começou a fazer algo semelhante, sendo seguida pela da Ribeira Brava. Mas, com o tempo, apenas a banda santacruzense manteve, ininterruptamente, esta tradição, que hoje faz já parte da identidade cultural do concelho.
Por norma, as celebrações prolongam-se até meio da manhã, sendo abertas à participação de todos. Jaime Nunes realça o grande envolvimento da população local e a forma como esta celebração é por todos bastante apreciada.