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Ei-los que partem…

16 Fevereiro, 2018 às 18:56
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Paula Noite

O verde escorre montanha abaixo, em tonalidades mil.

E a freguesia, calma, ali entalada, entre a serra e o mar…

São Jorge, paraíso verde cheio de flores, onde cantam os pássaros, em densa floresta. Floresta encantada entre tis, loureiros e barbusanos. onde bisbis e o pombo trocaz esvoaçam alegremente pela Levada do Rei,  espreitando os caminhantes que por entre o trilho verde, procuram mergulhar na beleza do Ribeiro Bonito, um lugar único onde se poderia desenrolar um leque de histórias…

E cantam as tuas águas nas ribeiras e levadas, sobre o lodo verde escuro que faz lembrar as tuas serras verdejantes.

A igreja matriz ergue-se no alto, ostentando orgulhosa a sua idade secular, banhada de ouro, como um tesouro de valor incalculável.

E o Calhau, baú de recordações, guarda as suas ruínas falantes como páginas que contam  histórias com cores de mar, pedra e serra.

Ali, mesmo em frente, estende-se a linha do horizonte, como um limite. Um limite que queremos ultrapassar.

E o dilema  que a todos  persegue– tenho de ir, mas quero ficar.

E o oceano ali estendido. Imenso! Aquilo que nos une e nos separa e aumenta esta saudade. Estrada de dois sentidos, saudade que vai e vem, que se entranha na gente.

Percorro estas ruas num final de tarde. Fala-me ao ouvido o vento que sopra na tarde: um, dois … chegámos já às duas dezenas, três, quatro dezenas e meia, contam aqueles que  já partiram. Chega!

Cai a noite devagar; o mar em fogo engole os últimos raios de sol. Fica o silêncio…

O silêncio que nos invade, fustigando a alma.

Ninguém nas ruas. O vento frio, faz recolher a maioria das gentes que ficaram. Luzes aqui e ali, atravessam as janelas denunciando a presença dos que se recolheram.

Um vulto à minha frente caminha com dificuldade. Vergado sob o peso dos anos.

-Boa noite!

A luz, ainda fraca, ilumina as rugas que lhe sulcam o rosto, tal levadas de sabedoria. E vê-se, transpira cansaço.

Aqueles que ficaram…

Olho o mar de azul carregado, quase a beijar o céu. Aperta-me a saudade.

Olho à volta e os meus olhos choram as ruas vazias daqueles que partiram e que estão agora, tão cheias de ausência…

XXL. O tamanho do abraço que te quero dar. Apertar-te, sentir-te junto ao peito, para além do mar…

Caminho mais e mais depressa. Sufoca-me este  vazio que deixaram os que já partiram. E são tantos!!!  Em busca de ……

E o oceano ali estendido. Imenso! Aquilo que nos une e nos separa e aumenta esta saudade. Estrada de dois sentidos, saudade que vai e vem, que se entranha na gente.

E a revolta que vai chegando.

Pelas terras cheias. Cheias de casas, de infraestruturas. Estruturas megalómanas vazias de investimento e de oportunidades.

Vazias dos jovens que emigraram. Um potencial perdido para nós!

Eles saem para outro lugar, para construírem uma nova história, com coragem, muitas lágrimas (deles e nossas!) e um abraço. Um abraço que poderá não voltar a  repetir-se…

E por cá, de resto, tudo continua igual.

Uma terra envelhecida.

Em São Jorge, por cá, para quando, para eles, uma oportunidade?

XXL. O tamanho do abraço que te quero dar. Apertar-te, sentir-te.

Para além do mar…

O coração bate muito mais forte.

– Olá mãe, tudo bem?

– Sim filho. E tu como estás?

– Tudo bem, a preparar-me para descansar. Saí há pouco do trabalho. Foi um dia duro! O pai e o mano como estão?

– Estão bem, não te preocupes. Beijinho. (Passo a mão em seu rosto)  –  Dorme bem meu amor.

Agarro o telemóvel com força. E acaba a videochamada. Falha na internet…

“Ei-los que partem. Novos e velhos. Buscando a sorte noutras paragens, noutras aragens entre outros povos, ei-los que partem, velhos e novos.”

XXL. O tamanho do abraço que te quero dar. Apertar-te, sentir-te.

Para além do mar…

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