Na manhã de ontem as máquinas voltaram a chiar no Engenho da Calheta, à semelhança do que já aconteceu na semana passada com o Engenho Novo da Madeira e os Engenhos do Norte, dando, assim, início a mais um período laboração e transformação da cana de açúcar em rum agrícola e mel.
Este ano Carlos Bettencourt espera receber e processar cerca de 3 mil toneladas de cana, valores idênticos aos do ano passado e que implicam um reforço de pessoal neste período, passando a contar com cerca de 60 colaboradores. Pese embora a concorrência desleal que o empresário diz prejudicar o sector, “o importante, para já, é a laboração correr sem qualquer incidente”, salienta.
Esse mesmo desejo é partilhado, de resto, pelas outras grandes unidades fabris do género. No caso dos Engenhos do Norte, no Porto da Cruz, que apenas se dedica à produção de aguardente, Luís Faria diz-nos que os trabalhos deverão decorrer até ao final de Maio, já que esperam receber à volta de 3 mil e 400 toneladas de cana. O reforço da mão-de-obra é, também, uma necessidade, contanto com perto de meia centena de colaboradores. Perante um mercado interno estagnado, o empresário espera que 2019 os esforços para exportação comecem a dar frutos, podendo estar aí uma ‘tábua de salvação’ para o sector. “Temos bons indicadores, resta esperar que se concretizem”, salienta.
Já no Engenho Novo da Madeira, no Estreito da Calheta, a produção, este ano, deverá crescer perto de 40%. Celso Olim mostra-se confiante no processamento de mais de 4 mil toneladas de cana, acreditando o produto daí resultante será facilmente escoado. Os trabalhos deverão prolongar-se até ao final de Maio, mesmo com o reforço de pessoal registado neste período.
Fábrica de Mel começa 2.ª feira
Na produção de mel de cana o cenário não se apresenta tão ‘risonho’, razão que leva João Melim, da Fábrica de Mel do Ribeiro Seco, a assegurar que “não nos faltaria mel para venda, mesmo que este ano fosse um ano zero”, em que não houvesse produção de mel pela empresa.
Com o início dos trabalhos agendados para a próxima semana, o empresário não conta ir além das mil toneladas de cana processada, um pouco abaixo dos números do ano passado. As dificuldades de escoamento são, segundo ele, um dos grandes problemas do sector, não perspectivando melhorias a curto prazo.