• S. António da Serra (S. Cruz)
    • Calheta
      • Arco da Calheta
      • Calheta
      • Estreito da Calheta
      • Fajã da Ovelha
      • Jardim do Mar
      • Paul do Mar
      • Ponta do Pargo
      • Prazeres
    • Câmara de Lobos
      • Câmara de Lobos
      • Curral das Freiras
      • Estreito de Câmara de Lobos
      • Jardim da Serra
      • Quinta Grande
    • Funchal
      • Imaculado Coração de Maria
      • Monte
      • Sé
      • Santo António
      • Santa Luzia
      • Santa Maria Maior
      • São Gonçalo
      • São Martinho
      • São Pedro
      • São Roque
    • Machico
      • Água de Pena
      • Caniçal
      • Machico
      • Porto da Cruz
      • Santo António da Serra
    • Ponta do Sol
      • Canhas
      • Madalena do Mar
      • Ponta do Sol
    • Porto Moniz
      • Achadas da Cruz
      • Porto Moniz
      • Ribeira da Janela
      • Seixal
    • Porto Santo
      • Porto Santo
    • Ribeira Brava
      • Campanário
      • Ribeira Brava
      • Serra de Água
      • Tabua
    • Santa Cruz
      • Camacha
      • Caniço
      • Gaula
      • Santa Cruz
      • Santo António da Serra
    • Santana
      • Arco de São Jorge
      • Faial
      • Ilha
      • Santana
      • São Jorge
      • São Roque do Faial
    • São Vicente
      • Boa Ventura
      • Ponta Delgada
      • São Vicente
A evolução da tecnologia
14 Março, 2019
Se ela falasse…
3 Maio, 2019

Sobre a felicidade

30 Março, 2019 às 10:10

Mara de Sousa Freitas

– «Vem, vou fazer-te feliz!» Diz o menino com ar comprometido e tímido.
– 
«Já venho feliz de casa, obrigada!» Respondeu a menina, com um sorriso rasgado e os olhos brilhantes.
– Caminharam juntos, em silêncio: «Feliz!»… Ficou a ressoar dentro de cada um… «Feliz»![1]

A felicidade, aquele final de tarde junto à praia, as ondas a produzir a música que embala cada sorriso, ou cada lágrima – o silêncio que grita até transbordar. O simples contemplar do horizonte, as cores, o cheiro a mar. Aquele mar…

Aquela caminhada pela serra, em que cada passo permite admirar a Laurissilva e espantar-se com a beleza, com a unicidade, com a grandeza que subsiste no simples existir; aquela subida íngreme, que recorda a importância de estar onde estamos – a cada momento – e de olhar o caminho que estamos a pisar, sem grande preocupação com o cume da montanha – este será apenas o corolário de cada passo – firme e certo de querer conhecer e conhecer-se nesse caminho. Quem chega ao cume da montanha? Quem partiu, mas sobretudo quem chegou, outro tão diferente daquele que partiu.

Aquele momento; aquele abraço; aquele som; aquele cheiro; o ecoar daquelas palavras; aquele… O que acontece dentro de mim em cada experiência? O que vejo quando me revejo? O que sinto quando me permito sentir? “Quem sou? O que é que sou? O que é o Homem[2]?»

Será que a felicidade pode corresponder ao plano da exterioridade e estar na dependência da alteridade, do outro, dos outros, das circunstâncias? O que significa ser feliz para cada um de nós? «- Já venho feliz de casa!» Qual a fonte desta felicidade? E fazer o outro feliz?: «- vou fazer-te feliz!»

Pergunta – atrevida, certamente, – em dias, cuja cultura da felicidade pode resumir-se a encontrar «quem quer casar com o meu filho?»: Como vivemos a felicidade? Como ensinamos a felicidade? Como a partilhamos? «Quem sou eu e o que vai ser de mim?» O que vai ser de nós?

“À felicidade nada falta, ela é completamente autossuficiente. É uma atividade que não visa a mais nada a não ser a si mesma. O homem feliz basta a si mesmo”, recordou Aristóteles. Mas, então, será que «viver bem e fazer o bem» são ingredientes suficientes para uma vida feliz? Onde procuramos a felicidade? O que nos falta para ser feliz?

Felicidade e liberdade constroem o seu caminho e desvendam outros atalhos, do início até ao final da Vida.

A vida simples da nossa aldeia e a sabedoria da história mostram que a felicidade está naquilo que ao final do dia – no silêncio – permanece, robustece, devolve, reconhece, unifica. A felicidade não está circunscrita àquilo que de bom e agradável nos acontece, mas sobretudo à forma como estamos livres nesse viver, no quanto entregamos de nós, se estamos inteiros nessa felicidade e se a experiência nos faz recordar o quanto mais plenos podemos estar. A felicidade diz muito mais sobre cada um de nós do que sobre o outro, as circunstâncias, o mundo e, por isso, acontecimentos análogos, de alegria ou tristeza, apresentam comportamentos e reações tão diferentes, de pessoa para pessoa.

Se a felicidade faz parte da essência de cada Ser, ela é uma possibilidade para todos e, nesse espectro de possibilidades, é necessário o caminho do encontro com aquilo que faz cada um tornar-se aquilo que é. Apenas o que somos pode revelar, no mundo, o sublime e o autêntico. Apenas o olhar genuíno do Ser pelo Ser pode transformar, no outro, o prazer de Ser quem é, logo de Ser Feliz, pela única razão da felicidade como propósito do Ser.

Felicidade e liberdade constroem o seu caminho e desvendam outros atalhos, do início até ao final da Vida. A ausência de liberdade, assim como a ausência do sentido dessa liberdade, priva o Ser de tornar-se quem é, transformando-o num estranho a si mesmo e limitando as suas oportunidades de felicidade.

– Avô, hoje um amigo disse-me que queria fazer-me feliz. Eu agradeci, e disse-lhe que já vinha muito feliz de casa. Achas que fui indelicada?

– Minha «senhora» pequenina – respondeu o avô enquanto a sentava ao seu colo -, lembra-te sempre da pureza destes sentimentos, das razões que te fazem sorrir, do quão sublime é esse teu olhar quando passeamos e contemplas a beleza que está em teu redor. Da beleza que colocas nas coisas mais simples [todas as noites quando olhamos o céu – através de ti -, a lua e as estrelas ganham uma beleza incomparável].

– Sabes – minha querida -, és muito pequenina e já aprendeste tanto… na verdade essa beleza vem de dentro de ti, podes e deves sempre partilhá-la, como fizeste com o teu amiguinho, como fazes comigo, como deves fazer com aqueles que são especiais para ti -, mas nunca podes permitir que a beleza seja outra coisa que não o simplesmente belo, dos teus olhos, do teu coração e de mais ninguém, compreendes? Exclamou o avô na desconfiança da sua compreensão.

– Avô! Vou contar-te um segredo – só nosso -, sim?

– Claro, minha «senhora» pequenina!

– Tu és tão bonito!

[1]  https://rossanaterapeuta.com/2018/07/14/venho-feliz-de-casa/

[2] Pedro Laín Entralgo

Share

Publicações relacionadas

3 Outubro, 2020

Linhas


Ler mais
23 Julho, 2020

Tempos de (Re)descoberta e História: cada um de nós em cada outro


Ler mais
6 Julho, 2020

O sonho comanda a vida


Ler mais

Eventos

Últimas

  • Grupo de Folclore da Casa do Povo de Gaula em intercâmbio na Azambuja
  • Junta investe em habitação, agricultura e requalificação de trilhos
  • Exposição lúdica da Associação Ornitológica da Madeira em São Roque
  • EB1/PE das Figueirinhas realiza mobilidade Erasmus+ na Áustria
  • Tunacedros de São Roque do Faial em digressão a Viseu
Copyright © 2018 Empresa Diário de Notícias, Lda. Todos os direitos reservados.