A quadra natalícia e de ano novo são, por excelência, alturas para encorajamentos e definição de novos projetos. Mas muitas vezes é tida como altura de nova aceleração ao invés de tempo de paragem, de agradecimento e de prevenção. É ao que me proponho hoje. Parar, agradecer e previnir.
Se o que está mal, está mal, temos também de enaltecer o que de bem é feito. Nesta matéria uma palavra de agradecimento e de enaltecimento pela postura do Governo Regional, em particular de Miguel Albuquerque e de Pedro Ramos, acompanhados pelas equipas que coordenam no combate à COVID-19. Nesta pandemia, valeu a este arquipélago, por vezes negligente, nas ações individuais e de algumas instituições/ organizações, uma postura responsável da governação, nos momentos certos que permitiram que por dezembro, nos deparemos com números que podiam ter sido os de março.
Agora a vacina está aí e serão precisos cuidados, mas as medidas tomadas deixam um bom prognóstico para o que falta desta maratona – depende também da responsabilidade pessoal e das organizações. Aderir à vacinação e cooperar na continuidade das orientações, para que o próximo Verão possa já ser dentro do que se espera.
Pessoalmente, urge a necessidade natural e humilde de agradecer aos que acreditam. Ao Diário de Notícias por acreditar e valorizar o que tenho refletido. Cada vez mais, o que se pretende é uma imprensa que busque a verdade, confie na verdade e dê espaço à verdade, independentemente de estatutos ou de cores. Aos que não acreditam, um duplo agradecimento – por permitirem que na indecisão face ao que se possa querer, se tenha a certeza do que não se quer mais para nós. Para que não nos apertemos onde não se cabe. Poupa-se tempo, saúde, dinheiro e realização.
Fazendo um parênteses, uma palavra para os conterrâneos de Boa Ventura e Ponta Delgada. Nada apaga a dor ou a memória. Que exista o suporte social e político, aliados à força individual para aprofundar a resiliência. Que a resposta política seja eficaz para devolver a estas freguesias a normalidade digna da sua existência – não porque passaram a “coitadinhos”, mas só para garantir que continuem a cultivar a sua força, como até então.
Que 2021, além da vacina, nos traga capacidade para tomar decisões mais proativas ao invés de assistencialistas e desligadas. Que não se hipoteque o futuro por comportamentos primários no plano político, económico e psicossocial. Que as pessoas comecem a refletir bem sobre o que querem para os próximos anos – estão aí as autárquicas.
Quem 2021 seja um ano de particular afirmação de Campanário. A começar pela preservação do nosso mar. Calhau da Lapa, Fajã dos Padres – tenham atenção – é o que o povo pede. Não comparem os nossos 3 ou 4 quilómetros de costa com os 7,5 mil das Canárias. Não tem comparação.
Para finalizar, num ano exigente como este, onde parte considerável do mundo ficou sensível aos impactos das invisibilidades, percebemos que na prevenção está a base do sucesso e que “fazer de conta”, só prejudica a economia, a saúde, a vida e a realização das pessoas. Que se pense, por isso, nessa perspetiva e se atinjam, com isso outras realidades mais sustentáveis.