A associação cultural e recreativa “Grupo de Cordas da Fajã da Ovelha” faz hoje 26 anos de existência, embora a sua origem remonta à última década do século XIX, tendo sido conhecido como “Música do Bolo”, a “Música da Bolacha”, ou então “Música do Caramujo”, denominação que referia o único pagamento que recebiam pelas suas atuações nas mercearias e nas festas populares nas quais participavam.
Eram em ocasiões festivas, que os jovens se reuniam sob o nome de “Orquestra da Fajã da Ovelha” para tocar em arraiais populares desta freguesia e das localidades vizinhas.
O sonho da preservação dos valores ancestrais dos seus antepassados que germinou e nasceu a nova formação, no início da década de 90 do século XX, o “grupo de cordas da Fajã da Ovelha”, dinamizado pelo Manuel Gomes Teixeira, tocador de guitarra acústica, cujas idades dos seus elementos variam entre os nove e os sessenta e cinco anos. Foi a 01 de abril de 1995 que se criou a associação cultural e recreativa “grupo de cordas da Fajã da Ovelha.
O grupo conta na parte da tocata com os seguintes instrumentos; acordeão, violino, bandolim, rajão, braguinha, viola de arame, viola francesa, bombo, castanholas, rebeca de cana, ferrinhos e outros instrumentos de percussão.
Entre os anos de 2006 e 2013, o grupo representou a Casa do Povo da Fajã da Ovelha tendo como denominação “grupo de cordas e cantares da Casa do Povo da Fajã da Ovelha”, mas em outubro de 2013 deixou a Casa do Povo e regressa às suas origens, à Associação Cultural e Recreativa.
No seu palmarés, para além de participar em diversas festas religiosas, populares, casamentos, batismos, aniversários, cantar dos réis à Quinta Vigia, assim como eventos governamentais em todos os concelhos da região e participado em alguns programas televisivos.
Em 28 de dezembro de 2019, realizou um concerto ”Romarias de Natal – Natal madeirense”, no auditório do Mudas – Calheta e uma exposição fotográfica no Hall de Entrada..
No seu histórico conta com duas internacionalizações, tendo sido a primeira em junho de 2006, quando participou no Festival Internacional de Folclore em Ormesson, Paris – França, a convite do emigrante António Luís Sardinha, responsável pelo Grupo de Folclore Flores da Madeira em Paris.
A segunda internacionalização foi à cidade de Saragoça, através de um intercâmbio musical com a “Orquestra Trovador” daquela cidade, no âmbito da realização da Expo – Saragoça em Agosto de 2008.
Nos seus espetáculos, o grupo tem apresentado regularmente novos temas, que junta aos mais de 160 temas que integram o seu repertório, com arranjos musicais próprios do grupo e de alguns dos seus elementos, continuando, como tem vindo a ser seu apanágio, a reconstituir o que pode irremediavelmente perder-se: a nossa identidade cultural, a nossa cultura tradicional e/ou popular, ou seja, o nosso património cultural.
No trabalho discográfico inclui diversos temas da música tradicional madeirense, da religiosidade popular (romarias de Natal e dos reis) em especial do Concelho da Calheta e outros do cancioneiro popular português.
O Grupo de Cordas da Fajã da Ovelha desenvolve a sua atividade nas áreas da recolha da música tradicional da Freguesia da Fajã da Ovelha, do Concelho da Calheta em geral, da música da religiosidade (cantigas dos reis e romarias de Natal) e da música popular portuguesa.
Atualmente possui um vasto repertório na área da religiosidade popular do concelho da Calheta e que tem preservado, com dezenas de romarias de Natal, do Natal madeirense, recolhidas desde 1993 até 2020.
Conta já com 8 Álbuns gravados, estando já em preparação o novo trabalho discográfico, onde contamos apresentá-lo no final do presente ano.
De referir que todas as bancadas com assento parlamentar na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, apresentaram em julho do ano passado, um Voto de Congratulação pelo 25º aniversário da nossa associação e pelo trabalho que tem vindo a desenvolver no âmbito da recolha, preservação e divulgação do nosso Património Cultural Imaterial, tendo sido aprovado por unanimidade.
Em dezembro de 2020, tem pela primeira vez uma sede, no Sítio de São João, para desenvolver a sua atividade cultural, disponibilizada pela Câmara Municipal da Calheta.