A nossa freguesia viveu mais uma vez as honras a Santo António sem grandes festas. Não houve barracas de comes e bebes, nem bandas a animar a população, nem marchas populares. Esta situação repete-se pelo segundo ano consecutivo. Culpa da pandemia, culpa do Covid 19 que impôs restrições para nos salvaguardar.
Restaram-nos as trezenas. As treze missas dedicadas ao grande Santo António, ao nosso santo padroeiro. Ao final do dia abriram-se as portas da nossa linda igreja para receber os fiéis e começa a missa. Ouviam-se as orações, os cânticos. Por vezes também se ouviam as promessas, os pedidos, os suplícios de quem lá vai com toda a sua fé, com a sua crença.
Ao entrar na igreja destacam-se as açucenas no altar, junto ao nosso Grande Santo António. A igreja fica ainda mais bonita, perfumada e tão bem arranjada. No percurso que nos leva ao altar principal, pelos corredores de bancos corridos, intensifica-se a mística do espaço. Uma igreja linda, digo eu. Uma igreja majestosa, com as suas duas imponentes torres sineiras que se vêm ao longe.
O adro está enfeitado como todos os anos. As tradicionais bandeiras de arraial, flores coloridas cuidadosamente colocadas, formando bonitos corredores e destacando a entrada da igreja. E a iluminação como não podia faltar. Menos do que nos habituamos ao longo dos anos. Menos cor, menos luz, menos movimento, mas está lá, para não nos deixar esquecer.
Este ano seria em grande. A véspera de Santo António foi num sábado e certamente a festa iria pela noite dentro, como habitual. Faltaram as cores que uma vez por ano enchem a nossa freguesia, as tão bonitas Marchas Populares. As mais diversas instituições que durante meses preparam o seu grupo para este dia. Vestidos coloridos e cheios de imaginação, coreografias ensaiadas ao detalhe, músicas animadas que convidam o público a dançar, e muitos dançam, deixam-se levar pelas tradicionais melodias. No final, os vencedores sobem ao palco para se apresentarem mais uma vez. Nunca há vencidos. Todos aplaudem-se uns aos outros, todos elogiam-se uns aos outros, todos felizes por participar nesta animada tradição do nosso Santo António.
Este ano ficamos pelas tradições religiosas que também são tão bonitas. Domingo, dia 13, dia de Santo António, tivemos uma linda missa campal e uma procissão no adro da igreja. Uma manifestação de fé por parte da nossa população. Acompanham as crianças vestidas de branco que acabara de fazer a sua 1ª comunhão, os Mordomos da freguesia, os fiéis que cumpriram as suas promessas. O nosso lido santo António voltou a desfilar pelas ruas da freguesia, cercado de flores, no seu andor. Não com a multidão que habitualmente o acompanha mas de carro. O Santo saiu à rua e foi ao encontro da população de santo António.
Continuamos a ter a nossa festa de Santo António. Mais contida, mais voltada para a devoção Santo António, mais espiritual. Mas não deixou de ser festa. A nossa festa de Santo António.