Há pouco mais de três meses as máquinas começaram a remover os terrenos ao redor da Capela do Rosário, na Fundoa, em São Roque. Este imóvel do século XVII, que carece de classificação, está votado ao abandono, sendo evidente o seu avançado estado de degradação.
Com a maquinaria pesada em acção, os trabalhos despertaram a curiosidade e levaram a população a se questionar sobre a intervenção em curso. Algumas semanas depois, cortado o arvoredo e o matagal, a capela que antes estava escondida, apresenta-se a descoberto, evidenciando os problemas estruturais de que padece.
Entretanto, o ‘Diário das Freguesias’ procurou uma explicação sobre o estado em que se encontra o imóvel e sobre a natureza dos trabalhos que estavam a ser realizados, já que mesmo depois de parada a única máquina que ali se mantém, algumas viaturas terão depositado material inerte e terras, ignorando aparentemente o eventual valor cultural do imóvel.
Perante a nossa solicitação, a Câmara Municipal do Funchal (CMF) fez saber que se trata de “uma intervenção de limpeza de terreno e vedação”, pelo que dada a sua “escassa relevância urbanística, não carece de licenciamento”, por parte da autarquia, não deixando de evidenciar estarem em causa terrenos privados e que a referida capela não se encontra classificada de interesse municipal.
Tendo a limpeza se cingido aos terrenos circundantes à capela, e segundo a informação disponível não tendo havido intervenção nesta, a CMF passa a responsabilidade do ponto de vista arqueológico para a Direcção Regional de Cultura (DRC).
Ora, questionada sobre esta intervenção e sobre a classificação do imóvel, a DRC fez saber que “a capela em causa não se encontra classificada nem em vias de classificação como património cultural imóvel”, pelo que não tem qualquer envolvimento no processo.