Amanhã, dia 26 de Abril, pelas 18h30, realizar-se-á o lançamento do livro ‘O Regresso dos que nunca partiram: Memórias e histórias da emigração de São Roque do Faial’ da autoria de Octávio Carmo e Odília Abreu, na Casa do Povo de S. Roque do Faial.
O livro editado pela Casa do Povo de S. Roque do Faial, reúne fontes documentais, registos de petições de passaportes, entrevistas a especialistas, assim como relatos de vida dos emigrantes e seus descendentes. Este livro quer ser o “regresso” que não foi possível para tantos, que, embora tenham saído daqui, foram sempre inteiros no seu amor pela terra. Nunca partiram.
A publicação é dirigida ao público em geral, que tenha interesse pela análise dos movimentos migratórios da nossa região, assim como todos os emigrantes e seus descendentes que procuram informação sobre as suas raízes, de forma especial os que partiram de S. Roque do Faial.
O evento contará com a presença de diversas entidades regionais, entre as quais se destacam o secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia, em representação do do presidente do Governo Regional, o presidente da Câmara Municipal de Santana, Dinarte Fernandes, a directora da Revista Islenha, Cláudia Faria, e a directora do Serviço de Museus e Centros Culturais, Graça Alves.
A realidade da emigração em São Roque do Faial, freguesia do Concelho de Santana, tem estado no centro do projecto “Memórias de S. Roque do Faial – As vozes dos emigrantes”, que nasceu no ano 2013.
A investigação levada a cabo desde então tem dado voz a exemplos concretos de quem viveu na pele as várias etapas do “itinerário migratório”, narrando as contingências que os levaram a deixar a ilha no século XX, mormente a escassez de terrenos, as dificuldades económicas e, nalguns casos, a fome.
Para trás ficavam terras, casas, benfeitorias, às vezes mesmo filhos, quando o dinheiro não chegava para as passagens de todos. Alguns dos testemunhos recolhidos permitem, em particular, evocar uma situação particularmente dolorosa: os que nunca regressaram. Ao contrário do tipo de emigração portuguesa tradicional, considerada predominantemente masculina e com destino aos centros urbanos, esse fluxo de madeirenses foi eminentemente familiar e rural.