Sónia Gonçalves
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No frio do Jardim da Serra, o Natal parece ter mais sabor. Os licores e as tradições que acompanham a festividade encaixam-se nesta quadra tão bem que faz lembrar o inverno de países onde as temperaturas atingem níveis muito baixos.
E é verdade! Já se iniciam os preparativos para esta época festiva e as crianças, influenciadas pelas fortes campanhas publicitárias, fazem já extensas listas de prendas.
Eu, confesso, gosto muito desta fase do ano! É tempo de estar mais com a família e os amigos. E de apreciar as decorações natalícias: desde a iluminação nas ruas, aos presépios e até ao comboio do Jardim Municipal que a minha filha, embora já de forma envergonhada, tantas vezes pede para visitar.
Nesta época, o espírito natalício invade de uma forma geral o coração das pessoas.
É ver como a fé se evidencia de forma às vezes surpreendente.
É ver como nos desdobramos para conseguir participar nos muitos jantares e convívios que surgem.
É ver como tentamos de alguma maneira proporcionar alegria às crianças.
É ver como nos juntamos sob o pretexto da “Festa”.
Embora venham ao de cima evidências de que somos uma sociedade extremamente materialista e viciada em consumismo, acho que a época natalícia é ou deveria ser tempo de ser solidário com os mais necessitados e desfavorecidos, assim como com os mais frágeis. E podemos fazer isso de várias formas, até gratuitamente, com sorrisos, amor e carinho.
Não custa nada pelo menos tentar…
E talvez deveríamos começar já a nos preparar para tal, como se preparam as decorações mais profundas.
É precisamente com muita antecedência que se prepara o Natal no Jardim da Serra. O Mega Presépio já está a ser montado desde setembro. Este cartaz natalício local que surgiu nos moldes atuais há quatro anos é já uma visita obrigatória para quem aprecia presépios.
No frio do Jardim da Serra, o Natal parece ter mais sabor. Os licores e as tradições que acompanham a festividade encaixam-se nesta quadra tão bem que faz lembrar o inverno de países onde as temperaturas atingem níveis muito baixos.
Se nunca teve a oportunidade de o visitar, marque na sua agenda e vai ver que vale a pena, pois o resultado do esforço dos voluntários é deveras impressionante. Será um momento bem passado, pois para além do presépio pode descontrair no café de apoio, apreciar a exposição sobre a freguesia e até assistir a alguma da animação que a organização proporciona.
É dos maiores da ilha e integra o roteiro de visitas a presépios da Região.
A ideia surgiu por parte de um grupo de residentes que a pôs em prática de forma voluntária. Através de uma parceria com a Junta de Freguesia, a comissão organizadora consegue apoios da própria Junta, que para além de verbas também disponibiliza colaboradores; da Câmara Municipal de Câmara de Lobos; da Casa do Povo do Jardim da Serra; do comércio local e de empresas de outras localidades da Região.
No frio do Jardim da Serra, o Natal parece ter mais sabor. Os licores e as tradições que acompanham a festividade encaixam-se nesta quadra tão bem que faz lembrar o inverno de países onde as temperaturas atingem níveis muitos baixos.
A minha ideia de Natal durante a minha infância era esta: muito frio. Uma vez que cresci num clima tropical, os relatos da minha mãe permitiram-me indagar e imaginar o Jardim da Serra como uma espécie de Polo Norte, com neve e tudo! Mas apenas no Natal e sem perceber que o frio “congelaria” os ossos. Na imaginação de uma criança, tudo é tão doce… Vejamos como são idealizados os personagens da Frozen: elas nem questionam se as irmãs têm frio ou se o Olaf pode derreter! Que pergunta estúpida… é o reino do gelo!
O Jardim da Serra não é certamente um reino, mas está a reinar pela forma como consegue dinamizar-se. A si, às suas pessoas. Graças aos feitos, que se registam e fazem História, escrita pelas suas gentes.
Constate com os seus próprios olhos. Veja a qualidade daquele que é, para mim, um dos presépios do género mais bem conseguido na Região.
