Ainda sem data prevista, a Câmara Municipal da Calheta confirmou ao ‘Diário das Freguesias’ a intenção de criar um núcleo museológico do linho na freguesia da Ponta do Pargo.
Várias são as ideias em cima da mesa, com Carlos Teles a destacar a importância deste tipo de apostas numa freguesia que está agora a desenvolver-se graças à chegada da via expresso. “Será uma mais-valia para a Ponta do Pargo, ainda por cima agora que tem atraído mais investimento na área do turismo”, disse.
O projecto, a concretizar nos próximos tempos, foi apresentado à Câmara Municipal por Jaime Andrade, um professor do concelho que tem dedicado muito dos seus estudos e trabalhos à cultura do linho e às tradições que com ela se relacionam. De resto, o antigo presidente da Casa do Povo da Ponta do Pargo e que actualmente assume a direcção do Grupo de cordas da Fajã de Ovelha é merecedor de vários elogios por parte do presidente da Câmara da Calheta.
“Ainda não temos o projecto do núcleo museológico elaborado, nem podemos precisar quando será iniciado, ainda assim, é, sem dúvida, uma excelente iniciativa e uma pretensão de vários anos”, referiu o autarca, salientando a tradição que a cultura do linho tem naquela localidade.
Com dois ou três locais em carteira, possivelmente escolas que entretanto foram desactivadas, o projecto deverá incluir tecnologia e objectos de preparação de cada fase do linho, algumas carretas, carros de bois, arados, entre outras preciosidades que Jaime Andrade tem encontrado na recolha que tem realizado desde 1985.
Além disso, vão certamente ser incorporados no espólio do novo núcleo museológico os vários trajes de trabalho que têm integrado a exposição ‘Os tormentos do linho’, que já passou por várias salas da Madeira e do Porto Santo, entre as quais o Porto do Funchal.