O presidente da Junta de Freguesia do Curral das Freiras aproveitou o 234 aniversário da freguesia para abordar vários temas quentes que aquecem a localidade serrana. Manuel Salustino não deixou escapar para falar do despovoamento, do projecto de construção do teleférico, do cumprimento de promessas políticas à população e até da saída de duas enfermeiras e duas médicas do centro de saúde da localidade. Numa terra que muitos vivem da agricultura, falou da renovação das culturas da castanha e da ginja.
Na primeira abordagem, o autarca social-democrata, apoiantes de Manuel António Correia, disse que “ninguém paga as suas contas a respirar ar fresco e todos precisamos de dinheiro”. Estava dada a introdução para o projecto do teleférico que muita tinta faz correr. Ora para o Salustino não há ter medo inovação e muito menos ter medo de desafios.
“Não temos de ter medo daqueles que querem investir 47 milhões de euros privados nesta freguesia, que não tem custos para o erário público, porque se fossem dinheiros públicos até eu era o primeiro a questionar”, porque, em primeiro lugar, na sua opinião está a criação de mais habitação ou a construção de outra ligação viária. Isso sim, está no topo da sua lista. Mas como é investimento privado o risco não é do contribuinte.
Salustino diz ser “aceitável as diferentes posições”, no entanto “o que não é aceitável é que se venda uma ideia má sobre o mesmo que não corresponde a verdade”, disse, para mais à frente afirmar ser igualmente verdade que a população pouco saiba sobre este investimento daí que criticasse o modo de comunicação que foi utilizado.
Para si, daquilo que sabe, trata-se de uma “mais-valia” para o “desenvolvimento rural” e para o benefício local, ainda que discorde das taxas previstas no contrato de concessão, sugerindo que a receita deva ser investida para “conservação da paisagem, melhoramento dos nossos percursos turísticos e em medidas de reforço ambiental”.
Com a presença da secretária regional da Agricultura e do Ambiente, do presidente da Câmara Municipal e do coordenador da Anafre, o autarca agradeceu os apoios e fez um balanço à actividade desenvolvida pela Junta mas espera que sejam concretizado promessas antigas como Centro etnográfico ou a Unidade Local de Protecção Civil ou ainda a construção do acesso ao sitio do Pau formoso e o alargamento do caminho dos Trás-dos-Picos.
Reconheceu que o Governo Regional tem vindo a fazer nos últimos anos diversos investimentos de milhões de euros na sua freguesia, designadamente numa rede de água potável e de saneamento básico, o problema estará na gestão da empresa que “não tem capacidade de dar resposta pormenorizada a cada sector da nossa freguesia”.
Com a não aprovação do Orçamento Regional que leva ao impasse governativo – que “não é culpa do Curral das Freiras” -, observou, para trás ficam “sonhos interrompidos” como é uma nova ligação que permita ter outra alternativa em caso de isolamento, disse.