É reconhecidamente um caso “muito problemático”. Em causa os contentores de resíduos no ponto de recolha localizado na Estrada de Santa Clara, junto ao supermercado do Rancho, em Câmara de Lobos. Sem tampa, além do cheiro nauseabundo o lixo muitas vezes acaba espalhado pelo chão com a invasão dos animais errantes. Os moradores queixam-se, a ARM – Águas e Resíduos da Madeira reconhece o ‘atentado’.
Quem vive nas imediações deste ponto de recolha sente-se quase no meio de uma lixeira a céu aberto. É que a juntar ao recorrente pivete que exala dos contentores ‘sem tampa’, o problema agrava-se com a constante presença dos animais que vagueiam e facilmente invadem os contentores ‘abertos’, remexendo o lixo à procura de alimento e espalhando porcaria pelo chão.
Luís Fernandes, morador junto ao “insuportável” ponto de recolha já perdeu a conta (e a paciência) das inúmeras vezes que é obrigado a limpar o lixo que aparece espalhado defronte da sua residência.
“Constantemente tenho de varrer há minha porta porque é só lixo espalhado. O grande problema é os contentores do lixo não fecharem porque não têm tampa. Além de cheirar muito mal, pior ainda são os animais que andam pela rua, cães e gatos abandonados, que com a fome facilmente vão para cima (dos contentores) à procura de comida e espalham o lixo pelo chão”, denuncia.
Além da alegada falta de manutenção, queixa-se também da não lavagem dos contentores por parte da empresa pública responsável pela gestão de resíduos.
“Além de não existirem tampas, os contentores encontram-se num estado lastimável de degradação porque eles (ARM) também não lavam o fundo. Tem mais de um ano que não é lavado”, garante.
Um grave problema que não é de agora, apesar de a situação já ter sido muito menos problemática do que aquela que se verifica actualmente.
“De lá para cá eles (ARM) melhoraram, mas parece que já se esqueceram outra vez”, lamenta o morador, farto de cheirar e limpar o lixo que quase lhe invade a casa.
Critica também aqueles que depositam o lixo solto no contentor.
“Infelizmente também ainda há quem deite o lixo avulso em vez de levar numa sacola amarrado”, para concluir que “tudo ajuda” para tornar aquele ponto de recolha difícil de suportar.
ARM admite requalificar ponto de recolha
Confrontada pelo ‘Diário das Freguesias’, a ARM admitiu que o ponto de recolha em questão é “muito problemático”. Prova disso o histórico de “vários casos de utilização indevida do mesmo (deposição desregrada) e de vandalismo dos contentores (foram incendiados/queimados pelo menos por cinco vezes), razão pela qual os contentores foram substituídos por uns de aço galvanizado”, referiu a empresa, sem esclarecer a importante questão daqueles contentores não terem tampa que os mantenha fechados.Optou antes por realçar que “a ARM procede regularmente e mediante a disponibilidade dos serviços à lavagem dos milhares de contentores” nos cinco municípios aderentes “com recurso a uma viatura própria para o efeito”. Sugere contudo que “as condições deficitárias de higiene verificadas em alguns contentores poderão ocorrer devido à incorrecta deposição dos resíduos indiferenciados nos contentores”. Lembra que “este tipo de resíduos, vulgo lixo normal, deverá ser depositado em sacos fechados dentro dos contentores e as tampas dos contentores deverão manter-se fechadas”.De resto, a ARM diz estar “a estudar a requalificação integral do ponto de recolha em questão, no sentido de incrementar a capacidade de deposição e de melhorar as condições de utilização e acesso da população servida”.