Na lista do Partido Socialista à freguesia da Boaventura não há forma de encontrar quem queira assumir o único mandato conquistado pelo PS. Já lá vão quatro renúncias de candidatos apresentados em 2017 e perspectiva-se que o quinto elemento, com cerca de 80 anos, também não pretenda apresentar-se nessa condição. Ricardo Catanho, dirigente socialista, diz que na base das renúncias “estão pressões políticas”.
Uma declaração que o presidente da Junta de Freguesia, Joaquim Camacho, eleito pelo Unidos Por São Vicente (movimento de cidadãos) contraria, contra-atacando que Catanho “não sabe do que fala”. “O que deveria dizer é que colocou elementos residentes no Funchal e na Ribeira Brava que não querem assumir os seus lugares, se calhar por ser distante ou se calhar por não estarem identificados com a realidade da freguesia”, acrescenta.
Garante que “a autarquia tem feito aquilo que compete que é convocar os elementos que seguem imediatamente a seguir”, respeitando a ordem da lista apresentada às eleições autárquicas, no entanto o autarca estranha que logo depois às convocatórias surjam as renúncias.
“A última tem uma semana”, adianta confirmando a indicação que o DIÁRIO possuía. “Não sei porque motivo isso sucede. Terá de perguntar ao PS”, responde do outro lado da linha.
Dos nove assentos que a Assembleia de Freguesia de Boaventura tem direito, os UPSV elegeram oito reforçando a margem que tinham que era de seis contra três do PSD-M que há dois anos não se apresentou a votos. Coube ao PS ser a segunda força nesta localidade com apenas um elemento alcançando apenas 75 votos contra os 559 dos UPSV. Contas que Camacho diz sustentar a sua tese: “Porque faria pressão se tenho oito contra um? Não faz sentido”.
Ora, por ser uma localidade que praticamente todos se conhecem, o autarca revela que já chegou ao contacto, embora informal, com o quinto elemento do PS, mas este lhe garantiu que não tem desejo algum para ser empossado enquanto membro da Assembleia de Freguesia.
Pressões
Ricardo Catanho foi cabeça-de-lista às eleições autárquicas em 2017 pelo PS, explica que Manuel Pedro, o seu candidato à Junta, faleceu recentemente, mas antes confessou que tinha vontade em pedir a renúncia por ter sido “pressionado politicamente pelo presidente da Junta”.
Explicação diferente tem para os outros elementos que tomaram a posição sem consultar a estrutura partidária local.