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O Menino olhos cor de mar

18 Março, 2018 às 9:19
sandra araújo

Sandra Araújo

Na altura que era preciso dar corda aos relógios de bolso e os dias passavam a compasso do tic-tac, nasceu um menino de olhos cor de mar.

Branquinho, como a neve, e de olhos perdidos na Serra ia crescendo a olhos vistos. Vestia roupa da escola quando tinha que ir a escola. Roupa de trabalho mal chegava a casa e aos domingos … ah!… lá ia ele todo arrumadinho mas com os caracóis ainda em desalinho rumo à igreja.

Da escola já sabia um pouco de cada assunto… continhas e a prova dos nove, reduções e a numeração romana, tabuadas e geometria. Ia tudo para a sua cabecinha. Também já lia e escrevia redacções vezes sem conta, na sua pequena ardósia, que levava às costas, sempre alegre, quer chovesse quer o sol brilhasse lá bem no alto.

Da Serra mudou-se para a cidade… das vestimentas campestres…já usava farda de trabalho… e assim foi crescendo…

O Menino Olhos Cor de Mar enamorou-se ainda em tenra idade… e levou esse enamoramento até ao altar de Santo António da Serra, no mês em que hoje o Mundo celebra o dia dos namorados.

Mal ele sabia que o ‘Mundo’ o aguardava e lá foi ele acabadinho de casar, para o ‘Ultramar’ servir a sua Pátria.

Com os olhos a se confundir com o mar, viajou sobre as ondas e sobre as ondas voltou passados dois anos.

Viveu de tudo um pouco, com medos e anseios que por terra caíram porque acabava sempre por receber monogramas repletos de risadas e beijinhos à mistura.

Chegado à sua terra natal passou da vida de casado a Pai de família.

Os seus olhos iluminavam-se sempre que lhes falava….

Ria e brincava sem se importar com o tempo… afinal o tempo ali passado era a melhor parte… sentava-se num pequeno banquinho de madeira e lá ia contando, com as suas palavras meigas, histórias do ultramar… das travessuras que aprontara na meninice… e outras que ia se lembrando.

Ficavam sempre à espera de mais e quando alguma história vinha repetida não o interrompiam… não eram histórias de príncipes e princesas, nem de reinos encantados… mas eram histórias onde conseguiam imaginar as cores… os cheiros… os lugares…

O relógio de bolso parou quando ninguém notou… deixou o tic-tac de contar os segundos e os dias… a corda não se estragou… foi O Menino Olhos Cor de Mar que no mar quis mergulhar…

O relógio de bolso lá ia passando o tempo a compasso do tic-tac… algumas rugas teimaram em aparecer… dos caracóis em desalinho “nasceu uma clareira”… e quando deixava a barba por fazer, os grisalhos lá teimavam e iam surgindo ora aqui ora ali…

O Menino Olhos Cor de Mar cresceu… e como  tic-tac… foi envelhecendo… as histórias continuavam e cada vez surgia um apontamento novo.

Tudo à sua volta acompanhava o tic-tac… do relógio de bolso… na escola já não precisavam da ardósia… Muitas ruas calçadas foram vestidas de alcatrão negro… O polícia sinaleiro na Fernão de Ornelas deu lugar aos semáforos coloridos… curvas e contra curvas foram trocadas pela via-rápida… E num ápice se chega “ de uma ponta à outra”…

O relógio de bolso parou quando ninguém notou… deixou o tic-tac de contar os segundos e os dias… a corda não se estragou… foi O Menino Olhos Cor de Mar que no mar quis mergulhar… não sem antes ensinar “que um dia sem sorrir é um dia perdido” Charlie Chaplin …

Hoje O Menino Olhos Cor de Mar olha para a sua Serra e para mim através das estrelas…Obrigada Papi!

Neste Mês do Pai quero enaltecer e agradecer tudo o que Ele me ensinou… o carinho e palavras sábias que preenchiam uma conversa… as risadas com os amigos e sobrinhos de sangue e de coração, as disputas da roleta e no dominó … mas acima de tudo agradecer a todos os Pais que dão o melhor de si num simples sorriso, numa chamada de atenção, numa palavra mais dura, numa troca de olhares que acaba em risada… em todas elas sei e tenho a certeza, que os filhos sentirão o que sinto … SAUDADE… RISOS… ORGULHO…

Parabéns a todos os Pais do Santo António da Serra!

Sempre serão os Heróis da Serra…

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