Um dos condutores envolvidos no polémico passeio com alunos da Pré da EB1/PE do Campanário a Santana – 1 autocarro e 1 mini-bus -, que acabou por não passar da hora do almoço por não ter sido assegurada a refeição dos motoristas, declina quaisquer responsabilidades no sucedido, ao garantir que foi obrigado a cumprir a ordem expressa pelo responsável camarário.
“Fiz aquilo que os meus superiores me mandaram fazer”, assegura Gilberto Ferreira, o condutor do autocarro. Agastado com a situação em que se viu envolvido e mais ainda por ver as desculpas que quem de direito e com responsabilidades no sucedido, Gilberto assume com frontalidade a versão que incrimina o vice-presidente da autarquia.
“Na terça-feira esse senhor vereador [Rafael Sousa] disse que a escola [EB1/PE Campanário] tinha de cumprir o regulamento. Neste caso se não pagasse o almoço dos motoristas o regresso do autocarro seria às 12 horas”, esclareceu.
Gilberto esclarece assim que o regresso logo ao meio-dia foi no cumprimento daquilo que lhe foi ordenado fazer pelos seus superiores e não por mero capricho de querer levar à letra o estipulado no artigo do novo regulamento, que só esta semana teve conhecimento.
Declarações que contrariam os argumentos da autarquia e em particular do vereador visado, que através de comunicado, ao final do dia de sexta-feira reagia com “surpresa” à notícia ‘Passeio a Santana com crianças da Pré envolto em polémica’ que entretanto havia sido publicada no DIÁRIO das Freguesias.
O passeio ao Parque Temático da Madeira inicialmente programado para preencher o dia – saída de Campanário pelas 9 horas, e regresso de Santana pelas 16 horas – acabou por ser drasticamente reduzida por causa do almoço dos condutores, tendo em conta uma norma implementada pela autarquia no novo Regulamento de cedência e utilização das viaturas de passageiros da Câmara Municipal da Ribeira Brava, que remete para o requerente a responsabilidade de assumir este encargo directo: “Sempre que se verifique a necessidade do serviço se efectuar num período de mais de 5 horas, a entidade requerente fica responsável pela alimentação do condutor”, refere o artigo da polémica.
Depois de ter estado incontactável ao longo da tarde, pouco depois de publicamente divulgada a bronca, a Câmara Municipal da Ribeira Brava emitia um comunicado sobre o regresso antecipado das viaturas municipais envolvidas do polémico passeio.
“Surpreendida” com a situação, alegou que nunca houve intenção da autarquia que os pais dos alunos pagassem a referida refeição, admitindo apenas que o vereador com o pelouro dos transportes, Rafael Sousa, sugeriu “a eventual possibilidade de fornecer umas sandes ao condutor por uma questão de cortesia”. Esclareceu ainda que “o pagamento do almoço determinado em regulamento, destina-se às entidades não escolares do concelho”.