• Calheta
    • Calheta
      • Arco da Calheta
      • Calheta
      • Estreito da Calheta
      • Fajã da Ovelha
      • Jardim do Mar
      • Paul do Mar
      • Ponta do Pargo
      • Prazeres
    • Câmara de Lobos
      • Câmara de Lobos
      • Curral das Freiras
      • Estreito de Câmara de Lobos
      • Jardim da Serra
      • Quinta Grande
    • Funchal
      • Imaculado Coração de Maria
      • Monte
      • Sé
      • Santo António
      • Santa Luzia
      • Santa Maria Maior
      • São Gonçalo
      • São Martinho
      • São Pedro
      • São Roque
    • Machico
      • Água de Pena
      • Caniçal
      • Machico
      • Porto da Cruz
      • Santo António da Serra
    • Ponta do Sol
      • Canhas
      • Madalena do Mar
      • Ponta do Sol
    • Porto Moniz
      • Achadas da Cruz
      • Porto Moniz
      • Ribeira da Janela
      • Seixal
    • Porto Santo
      • Porto Santo
    • Ribeira Brava
      • Campanário
      • Ribeira Brava
      • Serra de Água
      • Tabua
    • Santa Cruz
      • Camacha
      • Caniço
      • Gaula
      • Santa Cruz
      • Santo António da Serra
    • Santana
      • Arco de São Jorge
      • Faial
      • Ilha
      • Santana
      • São Jorge
      • São Roque do Faial
    • São Vicente
      • Boa Ventura
      • Ponta Delgada
      • São Vicente
WOW! ou UAU! em bom Português!
27 Março, 2018
Blue vs Red
2 Maio, 2018

Poncha para que te quero…

11 Abril, 2018 às 17:45
eliopereira

Élio Pereira

Cristo ressuscitado, o tempo é de atividade no engenho da Calheta. Tradição ou não, esta periodicidade é habitual por cá

A acumulação de canas faz-se a passo de caracol mas o aglomerado de carros pesados, lotados de canas, mais parecem formigas.

O cheiro a canas-de-açúcar concentra-se nas proximidades da igreja matriz do concelho, templo que, paredes-meias com o engenho, ganha nova inquietação.

Dia 1. Meia-noite. Combustão a fundo. Estrebucham as máquinas. Aumentam as temperaturas e o som prolongado de partida, produzido por apito, que se confunde com os sinais originados por embarcações em manobra de navegação, estremece o silêncio da pacata vila.

Reza a história que a cana sacarina foi introduzida na Madeira em 1425, pouco depois da sua colonização pelo Infante D. Henrique (Infante de Sagres para os amigos), e que depressa se tornou sinónimo de sobrevivência dos madeirenses. Na Região, para os agricultores, o seu cultivo alimentou o fabrico de rum, álcool e a indústria do designado “ouro branco”. Na pecuária, as suas folhas ricas em elementos nutritivos para a alimentação animal, refletiu-se na produção de laticínios.

Pesam-se as canas em viaturas com autênticas pirâmides. O guincho descarrega e encaminha para engrenagens que, ao se entrelaçarem, trituram até as migalhas, fazendo das canas bagaço.

Com a Ponta do Sol a liderar o pódio, a Calheta surge no pelotão da frente como um dos maiores produtores regionais, numa caminhada de quase 12 meses desde a plantação da cana, até o apertar dos arcos, após a sua colheita.

Atualmente, neste engenho resistente, onde o moderno se mistura com autênticas relíquias, em museu interessante, a extração do sumo da cana sacarina, conhecido como “garapa”, enche a vista e a barriga com a produção de mel e dos seus apetitosos bolos de mel, e desfoca a vista e causa enxaquecas dos que consomem a tradicional aguardente de cana.

Pesam-se as canas em viaturas com autênticas pirâmides. O guincho descarrega e encaminha para engrenagens que, ao se entrelaçarem, trituram até as migalhas, fazendo das canas bagaço. Bica abaixo, o melaço escorrega até os poços onde, em repouso, fermentam antes da passagem pelo alambique, ainda antes de se tornar em poncha…digo, aguardente! Ao lado, o mel surge com o evaporar da sua água.

Homenageada mesmo ali, em hotel com a sua designação em latim, o trabalho árduo da sua transformação persiste sem interrupção, com repetidas mudanças de turno e auscultadores para evitar surdez. Quem por lá passa mesmo de noite, apercebe-se da atividade produzida sem intervalo, engenho dentro, madrugada fora.

Substituindo a igreja em romarias contínuas de turistas curiosos, este engenho, o único sobrevivente dos 3 já existentes nesta vila, por cá continuará a trabalhar ao longo de custosas semanas. No final, novo sinal sonoro anunciará o desejado descanso dos autênticos guerreiros. Visite antes!

Que me desculpem os historiadores e verdadeiros entendedores se falhei. Descendência de produtores e de ex-colaboradores desde engenho serviram como base.

Agora, enquanto espero pela festa e degustação do bolo de mel gigante, com aroma e qualidade únicos, que aqui é produzido para consumo no ano seguinte, o tempo é de destilação de novo… Poncha para que te quero!

Share

Publicações relacionadas

2 Março, 2023

“Concertando” com o poeta Vasco da Gama Rodrigues“


Ler mais

Élio Pereira

29 Dezembro, 2021

Adeus Jorge Jesus… Digo, 2021!


Ler mais
16 Novembro, 2020

EBSC. 39 velas de história


Ler mais

Eventos

Últimas

  • Junta investe em habitação, agricultura e requalificação de trilhos
  • Exposição lúdica da Associação Ornitológica da Madeira em São Roque
  • EB1/PE das Figueirinhas realiza mobilidade Erasmus+ na Áustria
  • Tunacedros de São Roque do Faial em digressão a Viseu
  • ADN denuncia “estado vergonhoso” da limpeza e manutenção das áreas públicas no Caniço
Copyright © 2018 Empresa Diário de Notícias, Lda. Todos os direitos reservados.