
O projecto de ensino do bandolim na Escola Básica com Pré-Escolar do Estreito da Calheta acaba de ser reforçado com novo equipamento, permitindo dar resposta ao crescimento do número de alunos envolvidos e à consolidação de uma aposta educativa diferenciadora no concelho.
Em declarações, o director da escola, Ricardo Padrão, sublinha que se trata de um projecto “acarinhado há praticamente sete anos”, que contou desde o início com o apoio da Câmara Municipal da Calheta. “Já na altura começámos com cerca de doze bandolins e hoje estamos a falar de um grupo com vinte, vinte e um, vinte e dois elementos. Quando há actuações em que precisam de tocar todos em conjunto, doze instrumentos já não eram suficientes”, explicou.
Segundo o responsável, o bandolim exige “disciplina, trabalho e paixão”, sendo por isso uma oferta dirigida a alunos com alguma maturidade e destreza, sobretudo do terceiro e quarto anos. “São miúdos que frequentam esta actividade por gosto, porque sabem que dá trabalho. Não é uma actividade ocasional, é um compromisso”, frisou.
Ricardo Padrão destaca ainda que o projecto tem vindo a ganhar expressão para além da escola, com reflexos no percurso académico dos alunos. “O bandolim ganhou destaque e mesmo nos anos seguintes, quinto e sexto, há alunos que quiseram continuar. O próprio Conservatório abriu, no ano passado, uma vertente de bandolim, algo que não existia, muito fruto também da insistência de ex-alunos nossos”, referiu.
Para o director, a escola está a criar “matéria-prima” para o futuro, não apenas ao nível da formação musical, mas também da valorização cultural do território. “Aqui no concelho, penso que somos os únicos a apostar forte neste instrumento. Não sei se haverá mais na Região, mas aqui somos claramente pioneiros”, afirmou.
Ricardo Padrão não esconde que o apoio da autarquia tem sido determinante para a continuidade do projecto. “Sem a ajuda da Câmara, isto não era possível. Este reforço de recursos permite-nos pensar até em começar mais cedo noutros anos, mas neste momento o foco mantém-se no terceiro e quarto ano”, concluiu.