Élio Pereira
Élio Pereira
Decorriam os últimos anos do século 19 quando surgem os primeiros passos na descoberta da rádio. Décadas depois, em Portugal surge a primeira estação profissional, mais precisamente em 1925. O que nunca pessoas como Maxwell, Hertz e Marconi imaginaram é que em 2001 viria surgir a Rádio Calheta (nesse dia estariam os 3 a pular como loucos).
Num mundo em que a internet era palavra difícil de pronunciar e o Facebook nem palavra inventada era, e em que as bilhardices eram quase de boca-a-boca ou eventualmente através de telefonemas ou sms’s pagas, eis que surge esta rádio para “revolucionar” a comunicação neste concelho algo desviado da (excentri)cidade do Funchal.
É exatamente no dia 10 de agosto de 2001 que as ondas da praia, ali mesmo, dão lugar às ondas de rádio e a comunicação ganha antena, para dar voz ao concelho da Calheta.
De forma supostamente autónoma, chutando para canto tudo o que não seja rigor, objetividade e pluralismo, desde o seu início que difunde, com destaque, os acontecimentos da Calheta e dos calhetenses, desde a política à cultura, do desporto à religião… Com pouco, muito se faz aqui e os ouvintes agradecem.
Fiel companheiro dos seus ouvintes assíduos, ao longo destes 17 anos de sintonização, esta rádio transmite, como nenhum outro meio, as atualizações fresquinhas da informação local, brinda-nos com seleção musical diversificada para ser ouvida desde a cozinha até o quarto ou até mesmo nas deslocações de carro, e encanta os seguidores das emissões religiosas, amplificando o sinal divino.
Muitos são os idosos que nesta rádio encontram, na sua programação, a companhia diária que os anima, quer na voz simpática do companheiro Nélio Freitas, quer da Cátia Jardim ou do amigo Miguel Guarda. Não esquecendo pessoas que por lá passaram como Flávio Matta, Susana Silva, Marco Barradas e Paulo Anastácio.
Correndo de mãos dadas com a evolução tecnológica e as necessidades da sociedade, para quem não sabe, a Rádio Calheta é difundida sem interferências nas suas emissões online, através do seu site, deliciando não só os ouvintes locais, como toda a diáspora calhetense e madeirense, espalhada pelos 4 cantos do mundo, que desta forma veem estreitar as distâncias geográficas. Além disso, muito à frente desenvolveu aplicação para smartphones e tablets. As redes sociais completam este leque de alternativas da comunicação deste verdadeiro e tão importante serviço público, que simpaticamente nos envolve diariamente.
A Rádio Calheta tem por norma falar sobre os calhetenses. Hoje apeteceu-me ser eu, como calhetense, a falar dela. Parabéns Rádio Calheta! Que aquilo que eram sementes em 2001, regadas com a dedicação e profissionalismo habitual, continuem a crescer e a dar frutos com a qualidade de costume… A malta agradece! Venham mais 17…