Ribeira “é um perigo”, alerta autarca

“Se acontecer uma desgraça quem é que vai se responsabilizar?”. A pergunta é do presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Brava em jeito de desafio e surge na véspera de mais um aniversário, por sinal são 559 anos, altura propícia para deixar o alerta ao “perigo” que a linha de água “representa para a população” e para o aglomerado de serviços instalados ao longo das duas margens.

“Existem fendas com mais de 30 metros de comprimento nos muros de suporte em que a própria água já descalçou as muralhas”, revela Marco Martins que diz ter chamado à atenção das autoridades para aquilo que considera ser um problema que carece de “resolução urgente”.

É olhando para o histórico de intempéries e de destruição que o autarca pede celeridade na requalificação desde a Ponte Vermelha à foz: “É uma obra que julgamos ser estruturante para a freguesia sobretudo por reforçar a segurança da população e dos serviços”, justifica o pedido.

A par deste apelo, Martins lamenta que as Juntas não disponham de mais autonomia financeira que possibilitasse a contratação de mais recursos humanos daí que deixe o reparo ao facto de existir cortes nos programas de recrutamento de pessoal que não dão margem para executar as muitas obras de proximidade.

“Temos um orçamento de 160 mil euros, metade vai para despesas da Junta, o restante é para concretizarmos o nosso plano de actividades, e não fosse o apoio que temos da Câmara, muito ficaria por realizar, daí que não se perceba que não haja maior flexibilidade nestes programas de emprego (POT; Empregar+) que obriga a que suportemos 15% da remuneração mais o subsídio de alimentação”, um encargo que asfixia a tesouraria destas autarquias, especialmente as maiores limitando a acção.

Nestes quatro anos de mandato, destaca que tem dado primazia às requalificações das vias pedonais com acesso directo às habitações, e “assim continuará se merecer a confiança política do presidente [Ricardo Nascimento] e dos fregueses”.

“Continuarei se essa for a vontade”, diz, deixando a ‘bola’ no campo do edil e do eleitorado.