Com a produção de castanha em franca recuperação (aumento entre 40 a 50%), o sucesso da retoma da Festa da Castanha, que hoje centra atenções no centro da freguesia do Curral das Freiras, depende sobretudo do estado do tempo. Se não chover – como todos desejam – é convicção geral dos muitos feirantes que apostaram em assentar arraiais na freguesia interior que o negócio está garantido.
“Se der bom tempo vai ser bom negócio”, garante Maia, talhante que é presença habitual dos arraias e festas populares. “O tempo é que vai mandar”, assegurou esta segunda-feira o homem natural da freguesia dos Canhas. Instalado na rua central, tem rês e meia de carne para espetada que espera vender até hoje.
Do outro lado do arruamento praticamente preenchido por negócios de venda ambulante, a primeira barraca entre a estrada a praceta (onde foi montado o palco) vai apresentar hoje uma variedade quase infindável de derivados da castanha, e não só. Telma Freitas, filha da chef de Silvina, destaca as “castanhas bêbadas e os licores ‘Segredo das Freiras’ e ‘Três Marias’”. Mas há mais. Muito mais. Com castanha haverá também mousse, panacota, salame, malassadas (com recheio de castanha), queijadas, pastéis de nata, torta e licor (também de outros sabores). Tudo confeccionado pela experiente cozinheira. “Se o tempo ajudar, amanhã (hoje) ninguém se mexe aqui”, vaticina a jovem Telma. Só pede que não chova. Considera que este factor climático é o quanto baste para “vir muita gente”.
Quem montou o estaminé junto da cabine telefónica (estes dias por sua conta), foi Francisco Capelo. Com 90 kg de castanhas, que espera vender a 2 euros à dúzia, reclama dos que reclamam do preço. “Toda a gente crama que tá caro e o preço é sempre o mesmo já há anos”, esclarece. Há 15 anos ligado ao negócio das castanhas assadas, só pede que o tempo se mantenha seco.
A mesma prece pede Rosalina Fernandes, na rulote do ‘Sargento’, junto à rotunda do Curral.
“Se estiver bom tempo, penso que vai ser bom para todos. Pelo menos estamos à espera disso. Se estiver como está hoje (ontem), está bom”, reforça a feirante de comida ‘fast food’.
Tal como outros que são já presença habitual na Festa da Castanha, a única certeza de Rosalina é que “quando está bom o tempo, vale a pena [a aposta no negócio]”.
A mesma convicção tem Rui Henriques, que arriscou transportar 150 kg de farinha na expectativa de despachar em bolo do caco e pão com chouriço, apesar da “muita concorrência”. Que admite ser normal nesta Festa. “Como só há esta festa, vêm todos para aqui”, justifica enquanto amassava ‘pães’, a meio da tarde de ontem. Ainda assim está confiante que hoje o centro do Curral irá registar uma enchente. “Penso que vai ser bom, se não chover. Amanhã (hoje) costuma ser forte, se estiver bom tempo”, ressalva.