Ricardo Augusto
Ricardo Augusto
Escrevo este texto em pleno Agosto que é como quem diz, em plena época balnear onde grande parte da população está de férias e as praias e os “calhaus” cheios de veraneantes.
Todos nós sabemos que são raros os acessos ao mar onde não exista um pequeno bar, um restaurante de médias dimensões e/ou alguma infraestrutura de apoio para dar resposta a quem, entre banhos de mar e banhos de sol, não prescinda de uma bebida fresca ou um “dentinho”.
Também é do nosso conhecimento que muitas das vezes quando nos sentamos numa dessas esplanadas, durante muuuuuuuuuuuuuuuuitos minutos ficamos à espera que alguém, ao fundo, do outro lado da barricada, repare em nós clientes e, no mínimo, nos dê um sinal, piscando um olho ou abanando a cabeça passando a informação que já vem nos atender.
Quando assim não é, começa uma verdadeira saga do género, “quem apanha primeiro” e onde fazemos de tudo para sermos notados: levantamos o braço; levantamo-nos da cadeira com um ar de poucos amigos e acenamos com o braço; dizemos em alto e bom tom “oh PSSTTT” ou “SE FAZ FAVOR” ou, simplesmente levantamo-nos e vamos embora….ao balcão na melhor das hipóteses.
Existem no entanto alguns locais onde tudo corre na perfeição, onde sentamo-nos e no espaço de “30 segundos” somos logo atendidos ou então, o tal piscar de olhos ou abanar da cabeça faz-se notar.
Nesses bares e restaurantes ouvimos também, num tom de voz deveras amigável um “bom dia! Sejam bem vindos! Desejam almoçar? Aqui está o nosso menu. Se me permitem, temos como sugestão do Chef (deixo à imaginação do leitor). Logo de seguida e com um timing perfeito ouvimos também: “querem já pedir as bebidas?”.
Para o cliente menos conhecedor ou interessado nestas questões de “bares e restaurantes” passará ao lado uma série de normas, procedimentos e instruções que foram cruciais em todo o processo da sua receção e por conseguinte, nas frases atrás mencionadas por uma ordem especifica.
As SOP – Standard Operation Procedures que em português significam nada mais nada menos do que procedimentos padrão que criam rotinas previamente definidas e estudadas com o objetivo de atingir determinados fins, permitiram que o cliente saísse do local com um sorriso de ponta a ponta.
Sendo a praia da Calheta a única de área amarela juntamente com a praia de Machico na Ilha da Madeira é, naturalmente um dos spots favoritos das gentes locais da região (e também de quem nos visita) e como tal, nestes meses de verão apresenta-se com uma moldura humana “fascinante”.
Consegue o leitor imaginar o caos (o termo conhecido no sector é “lodo”) que seria estar num local com a referida moldura humana “fascinante” e onde os bares e restaurantes não tivessem implementados os procedimentos mencionados? Onde as equipas não tivessem tido ao longo do ano a formação necessária? Onde não existisse a preocupação na implementação de novas técnicas que facilitem o serviço?
Termino este texto com um alerta para que todos os bares, restaurantes e esplanadas existentes ao longo da nossa região adotem as suas SOP para que as mesmas lhes permitam dar uma resposta eficaz e eficiente a quem os visita porque em última instância será sempre a imagem do Município a ser colocada em causa.
Quando assim é será caso para dizermos: Ou SOP ou SOPAS!