Os encerramentos dos balcões do Santander da freguesia dos Canhas e da Ponta do Pargo teve o condão de unir os presidentes de Câmara da Ponta do Sol e da Calheta na indignação pela decisão, uma situação rara. Célia Pessegueiro, socialista, Carlos Teles, social-democrata, saíram ontem a terreiro criticando a iniciativa do banco espanhol.
“A zona dos Canhas é uma zona com intensa actividade comercial, com muitas idosas que continuam a tratar directamente no balcão das suas actividades, mas também para as empresas com os depósitos diários. A possibilidade de encerramento é um transtorno enorme”, afirmou a autarca ponta-solense.
Por seu turno, o homólogo calhetense considera que “esta é uma altura errada para encerrar o balcão da Ponta do Pargo”.
Declarações que embora tivessem sido separadas por breves minutos, à margem da reunião da Assembleia Intermunicipal da Associação de Municípios, estão em sintonia e motivaram desagrado em ambos os edis que prometeram estabelecer diligências no sentido de reverter a posição.
Tanto um como outro presidente lembraram que o fecho dos balcões acontece num momento de contra ciclo, ou seja numa altura em que o desenvolvimento económico se faz sentir com a chegada da via expresso ou com a concretização do campo de golfe que tem feito, segundo o recandidato do PSD-M, “disparar as licenças de habitação”, confirmou.
O mesmo sucede na localidade vizinha que concentra um número significativo de empresas, a par de que irá causar constrangimentos na comunidade mais idosa cuja mobilidade é francamente menor.
Além disso a polémica acentua-se junto dos clientes, parte deles antigos depositantes do Banif que não calam revolta por assistir a mais este “destrato”, apelidou Manuel Gouveia.
Estas manifestações também aconteceram no Caniçal, com protestos dos autarcas locais.
O banco espanhol já tinha anunciado que seria necessário uma adaptação ao modelo de negócio que diz obrigatória para sobreviver vincando que as actuais exigências dos clientes, com os serviços digitais e níveis de disponibilidade permanentes dos serviços bancários, obrigam a estas medidas.