Jaime Gomes
Jaime Gomes
Após, este tempo de confinamento e resguardo, a que fomos obrigados pela pandemia do COVID-19, as coisas começam lentamente a regressar à normalidade possível.
À possível, que à anterior a este surto, provavelmente, não voltam tão cedo. Agora que começamos a chegar ao fim desta provação a que fomos sujeitos, iniciamos um novo ciclo. O ciclo de construção de uma nova forma de viver, onde se construem novos afetos, onde se reconstruem as pontes da amizade e se ameniza a tão grande vontade de estar perto dos que amamos, de forma mais presente mais próxima.
Muitos foram os eventos que se cancelaram por força da necessidade de nos protegermos como indivíduos e como comunidade. Os turistas deixaram-nos, esvaziaram-se hotéis e alojamentos locais. As nossas ruas ficaram mais desertas e mais tristes. e os miradouros sozinhos continuaram a contemplar as nossas magnificas paisagens. Por essa razão muitos dos nossos conterrâneos sentiram outras consequências desta pandemia, os que perderam o seu trabalho ou em outros casos viram ser reduzida de forma substancial o valor dos seus salários. A esses uma palavra de apoio e ânimo. No entanto não devemos esquecer que palavras bonitas não enchem barriga a ninguém e que a esses devemos a nossa atenção e o nosso cuidado para que estes tempos não sejam mais madrastos a quem está mais fragilizado. Só com esse cuidado seremos uma comunidade mais forte e ninguém sairá ainda mais prejudicado deste confronto desigual com um monstro invisível que nos atirou para o limbo da convivência social humana.
Este ano será também provavelmente a 1 vez que não se realizará a festa do Senhor Bom Jesus no 1 domingo de setembro. Após 443 anos a se realizar ininterruptamente. As orientações não são ainda muitos claras a esta distância temporal, teremos de esperar mais alguns dias para ver qual o resultado.
Este encerrar de portas forçado, obrigou muitos a se reinventarem. A procurarem se adaptar às novas regras como foi o caso do Kare’s café que começou a fazer take-way e digo-o, com qualidade e sucesso. Uma palavra também ao supermercado Enxurros que se manteve aberto, que aproveitou para se renovar e continuar a servir a nossa população de forma continuada. Estes dois exemplos tal como todos os outros, são elos importantes numa cadeia de trabalho que é absolutamente essencial para se manter viva uma freguesia.
Uma palavra também para o Município de São Vicente que soube encontrar instrumentos para minorar os estragos e ajudar quem precisa. Exemplo disso é o Fundo de Emergência Social e Empresarial do Município de São Vicente – COVID – 19 (FESEMSV – COVID – 19) instituído pelo município para ajudar as empresas do concelho de forma rápida e clara. Sendo já confirmado existirem empresas com processos numa adiantada fase de análise decisão final.
Uma palavra final à Junta de freguesia de Ponta Delgada que estabelecendo prioridades e merce de um forte trabalho do executivo e assembleia junto da sua população, tentou manter limpa, organizada e as necessidades da população atendidas durante a fase mais aguda da pandemia.
São estes os exemplos do bem fazer, do trabalho alicerçado e em prol da população.
Cabe agora a cada um de nós, nesta nova fase de “desconfinamento” e reabertura da nossa economia ao exterior darmos o exemplo de sermos de novo nós, os cidadãos, a sermos o mais forte alicerce da nossa comunidade, voltarmos a receber bem quem vem de fora e de dentro. Dando aos que nos visitam este nosso espaço, renovado pela brandura dos tempos, mas sempre genuíno e de caracter forte e definido.
A nossa população, a par das nossas paisagens é a nossa maior riqueza e o melhor trunfo para o novo futuro.