Ricardo Augusto
Ricardo Augusto
Quero desde já deixar aqui o meu apreço pelo convite lançado pelo Diário de Noticias para o seu novo espaço denominado “Diário das Freguesias” cuja tónica recai sobre assuntos relacionados e inerentes aos vários concelhos da Região.
Sendo eu um novato nestas andanças de opinion maker e tendo possibilidade de, eventualmente contribuir para o sucesso desta rubrica, achei por bem escrever sobre um tema, em nada relacionado com o objetivo desta rúbrica, mas pelo qual sou um apaixonado: A hotelaria e/ou o Canal HORECA – Hotéis, Restaurantes e Cafés.
Desde muito novo sempre estive ligado ao setor dado que herdei o conhecido “bichinho dos hotéis” (termo muito conhecido nas hostes do ramo) ou não fosse o meu avô materno de nome Ferdinando Nóbrega, no seu tempo, também ele um hoteleiro.
O “destrava abelhinhas” como era conhecido o meu avô (o porquê deste apelido ficará eventualmente para uma outra história), andava de mão dada comigo pelos corredores dos hotéis e eu, desde que me lembro de existir, puxava sempre pela mão dele (também puxava a da minha avó dado que ambos alternavam nas “visitas guiadas”), quando reparava em algo que sabia não estar certo e correto.
Quando falamos de Hotéis falamos essencialmente de pessoas.
A hotelaria é acima de tudo uma paixão que, quando bem gerida facilmente se transforma num negócio. Deveria ser ao contrário? Não! Quando fazemos algo por paixão, mais cedo ou mais tarde acabamos por ter o retorno. Quando tratamos bem quem nos visita e quando o fazemos com um sentimento genuíno, arriscamos -nos a uma próxima estadia no ano seguinte. Arriscamo-nos a ter clientes, hóspedes, amigos repetentes.
Sendo este um setor – negócio – extremamente competitivo, a diferença surge nos pequenos pormenores e detalhes. Surge no nosso sorriso genuíno. Surge na nossa paixão. Ao fazê-lo estamos a criar laços de aço a quem nos deu a honra de nos visitar. Serão esses laços que irão garantir, em última instância, quando este Boom terminar a eleição da Ilha da Madeira novamente enquanto destino para uma segunda, terceira ou quarta visita (sim porque todos os destinos que “perderam” os seus clientes por esta ou por aquela razão, não estão de olhos fechados e neste momento, estão a trabalhar para os “encontrar” uma vez mais).
Estará agora o leitor a questionar-se sobre o porquê do título…? Os little details, a atenção ao pormenor por mais pequeno que seja, a nossa genuinidade não são, infelizmente e só por si, garante do bem-estar do cliente e hóspede. Neste setor existe uma necessidade constante de não corresponder apenas às expectativas (o que só por si, se conseguido já não é mau sabendo nós “hoteleiros” que existem clientes e hóspedes que não são fáceis de serem contentados) mas sim conseguir superá-las. Estamos a falar do “efeito WOW!” ou UAU! em bom Português.
Todos nós concordamos que qualquer Hotel, Restaurante e/ou Café é capaz de proporcionar aos seus clientes um “bom serviço”, desde que tenha um produto com qualidade e que o serviço, minimamente obedeça às regras básicas da “arte de bem servir”. No entanto quantas vezes vamos a um local e nunca mais voltamos? Sim, porque nada nos surpreendeu ou fez um “click”. Foi apenas mais um café, mais um bife, mais um quarto. Repare o leitor que o café era saboroso, o bife divinal e o quarto esplendoroso mas…foi mesmo e apenas isso. A diferença está, nos nossos dias, onde dificilmente nos deixamos surpreender tendo em conta toda a informação que nos rodeia, numa simples palavra: Atitude.
A Atitude certa leva muitas vezes ao efeito WOW! Atenção que a errada ou mesmo a falta dela leva também muitas vezes ao efeito WOW! mas numa fonética e entoação completamente distintas.