Celina Freitas
Celina Freitas
Eis-nos de novo em dezembro: o mês da Festa!
Para uns, motivo de muita alegria, visto que se aproxima uma das quadras mais felizes do ano, com os convívios em família, a troca de prendas, os jantares de trabalho, as miniférias.
Para outros, nem tanto, especialmente para aqueles que perderam algum ente querido ao longo deste ano. É uma época em que somos assaltados pelas memórias da nossa infância, no tempo em que mal cabíamos todos à mesa e tão pouco imaginávamos que a casa ia ficar vazia. A par da azáfama das compras, das limpezas, da morte do porco, de fazer as broas na casa da prima Clementina, estava o deslumbramento pelas iluminações natalícias. O meu vizinho Zé Manel era, sem dúvida alguma, um verdadeiro expert na matéria.
Para além da Noite de Natal na velhinha Capela da Boa Esperança, na Capela das Neves e na igreja paroquial, não me recordo de haver algum outro acontecimento ao longo do mês de dezembro, que envolvesse toda a população, de São Gonçalo.
Atualmente, as coisas estão um pouco diferentes. Já se fazem atividades em que todas as pessoas podem participar, convivendo e partilhando os seus Saberes e Valores.
Ao longo deste mês, têm lugar os habituais Mercadinhos, com um “cheirinho especial” a Natal, sendo o primeiro no domingo dia 2 e o segundo, no dia 16. Os feirantes, a sua maioria “filhos” de São Gonçalo, expõem os seus produtos artesanais, produtos da terra, doçaria, e sobretudo, cativam a todos com a sua alegria e perseverança em fazer de São Gonçalo uma freguesia melhor, com mais qualidade e ação.
Durante muitos anos senti, e partilhei o meu desalento pelo facto de São Gonçalo ser uma das únicas freguesias onde não havia um presépio no adro da igreja. O ano passado, com a concordância do Pároco, a Junta de Freguesia reuniu um grupo de pessoas e construiu um belo presépio, que até dava gosto em vê-lo! As pessoas mostravam o seu entusiasmo e expectava-se se São Gonçalo iria ser incluído no roteiro das excursões para visita aos presépios. Contudo, quiçá para que se cumprisse o que está escrito nas Sagradas Escrituras (Mateus 2:13-23), na última noite de 2017, a Sagrada Família “fugiu”! Para onde, só Deus sabe.
Este ano, a construção do presépio está novamente prevista para o dia 8. Esperemos ter melhor sorte…
No sábado, dia 15, tem início as tradicionais Missas do Parto, pelas 6h00, que se prolongam até ao dia 23. No domingo, dia 16, a Eucaristia será animada pelo grupo Alfa, seguindo-se animação exterior e pequeno almoço (sandes de vinho e alhos e cacau). Por estes dias, são entregues cabazes de Natal às famílias mais carenciadas. No dia 24, na Capela de Nossa Senhora da Boa Esperança, as celebrações têm início pelas 19h 30, com o tradicional Auto de Natal realizado pela Catequese. A Missa do Galo, na igreja paroquial inicia-se pelas 23h 30.
Segue-se a época da visita aos presépios, da prova dos licores e bolos pela vizinhança e a preparação para o réveillon, ou não fosse São Gonçalo uma das freguesias com a vista mais privilegiada sobre a baía do Funchal. São bem conhecidos os miradouros do Pináculo, das Neves, do Lombo da Quinta, de São João Latrão, entre outros. Era na Fonte que víamos “o fogo da meia-noite”. Mais tarde, passámos a ver na casa do meu irmão Miguel. Mas antes, cantávamos os Parabéns à minha mãe. Este ano, vai ser muito diferente.
É dezembro, passado e presente.