Blue vs Red

Ricardo Augusto

Estará neste momento com certeza o leitor a questionar-se sobre o título e, se existe alguma relação entre as cores de dois clubes desportivos. Pois bem, a resposta é Não! Este “Blue vs Red” ou “Azul versus Vermelho” em nada tem a ver com campos de futebol ou com os seus intervenientes quer seja dentro ou fora das quatro linhas.

Tem sim a ver com outros campos de atuação nomeadamente a nível empresarial onde os players competem de forma voraz com o objetivo muitas vezes e apenas de conseguirem sobreviver.

A chamada estratégia Blue Ocean versus Red Ocean basicamente define uma linha entre empresas, produtos e serviços diferenciadores onde não existe concorrência – “Oceano Azul” e aqueles ou aquelas que são “mais do mesmo” e diariamente lutam entre si para conseguir algum percentual do negócio – “Oceano Vermelho”.

Recordo no entanto que qualquer “mar vermelho” foi já um dia um “mar azul” de possibilidades infinitas à espera de acontecer. Pense o leitor assim que, em águas agitadas as espécies tentam liderar e conquistar o seu espaço perseguindo e tentando eliminar a concorrência…

Não é de todo um cenário agradável pois não? Imagine também o leitor que segundo as leis da natureza e de todo o processo evolutivo, apenas as espécies mais aptas resistem…

O que fazer então? Como podemos voltar ao mar calmo e azul? É possível navegar em águas transparentes onde o fundo, ao alcance da nossa vista, permite-nos levar a “bom porto” as empresas e atingindo assim as performances desejadas?

Não existem obviamente soluções milagrosas até porque, é tudo uma questão de tempo até que a concorrência apareça mas, existem sim formas de encarar o dia-a-dia e faze-lo com que “valha a pena”.

Reforço, Caro Leitor, a ideia de que é essencial (diria mesmo fulcral) à sobrevivência de qualquer empresa e negócio termos uma atitude vencedora e encarar sempre de frente as situações menos boas.

Inovação, Dinamismo e muita Irreverência! São três buzz words que deverão estar implícitas na nossa forma de estar. As mesmas irão permitir sair das vulgarmente chamadas “zonas de conforto” onde vamos, em bom madeirense, tapando o sol com a peneira. Mentalize-se o leitor de que se hoje nada fizer para alterar o cenário, amanhã não vai estar melhor. Será exatamente o contrário. Amanhã estará certamente muito pior.

A Calheta enquanto concelho é um bom exemplo de um Blue Ocean (e não, não me refiro ao facto de estar localizada junto à orla marítima e na segunda zona mais soleira da Ilha – Ponta da Sol é a primeira). Se formos a ver, a Calheta apresenta-se com uma dinâmica inovadora ou não tivesse, por exemplo, aquele que é considerado por muitos experts como um dos melhores Centros de Arte do País – a “Casa das Mudas”.

Não quero no entanto entrar numa temática de exemplos e mais exemplos porque não é esse o meu objetivo e intuito deste pequeno texto. Inclusive porque também estou limitado por questões editoriais a um máximo de 3.500 caracteres por texto enviado à redação e assim vejo-me obrigado a gerir ao máximo a linha de raciocínio e por conseguinte as palavras a utilizar.

Reforço, Caro Leitor, a ideia de que é essencial (diria mesmo fulcral) à sobrevivência de qualquer empresa e negócio termos uma atitude vencedora e encarar sempre de frente as situações menos boas. Quanto mais cedo tivermos noção do que nos rodeia, quer sejam os outros concorrentes ou competidores e/ou os trilhos, caminhos e águas, mais facilmente conseguiremos criar soluções e estratégias para dar um passo em frente e assim criarmos um New Blue Ocean.

Como diria Sun Tzu* numa das suas mais célebres frases… “Estratégia sem tática é o caminho mais lento à vitória. Tática sem estratégia é o barulho antes da derrota”.

*Sun Tzu foi um general, estrategista e filósofo chinês que viveu entre 544 a.C. e 496 a.C. e ficou conhecido por sua obra A Arte da Guerra, composta por 13 capítulos de estratégias militares.