Se a Junta de Freguesia de São Martinho (JFSM) não pagar os 114 euros que a organização do Madeira Art Fest 2022 alega estar em dívida com sete artistas do continente, antes da Primavera haverá manifestação defronte ao edifício da autarquia.
Depois de ter denunciado publicamente, no início da semana transacta, o alegado incumprimento da Junta de Freguesia presidida por Marco Gonçalves, eleito pela coligação ‘Funchal Sempre `Frente’, Marta Sofia, a directora artística do Art Fest 2022 revela ao DIÁRIO das Freguesias que “se esta situação não se resolver, vamos lançar uma petição e estamos a organizar uma concentração para dia 17 e 18 de Março na JFSM”.
A interlocutora rebate a justificação dada pela Junta de Freguesia quando rebentou a polémica, que argumentou que “a Junta deliberou atribuir o valor de 2.500 euros, destinado a viagens e alojamento, nunca ultrapassando o valor atribuído. Este valor foi integralmente pago. Mais nada nos comprometemos em relação ao evento”. Marta Sofia contra-ataca, mostrando-se disponível em divulgar “todos os e-mails que comprovam como nunca houve qualquer menção a 2.500 euros”. Assegura que tal valor nunca lhe foi comunicado, “nem via e-mail ou via chamada telefónica”, garante.
A organização do Madeira Art Fest assegura que “da lista institucional do cartaz de 2022, atesta-se a JFSM, cuja ausência de um contrato formal (escrito) não dá o direito de uma das partes não cumprir com o acordado”, denuncia. “Regemo-nos sempre pelo princípio da boa-fé. Assim se impõe que se aja de modo correcto”, reclama. Mais. Assegura que o presidente da referida Junta de Freguesia “assumiu em Março de 2022, financiar a 3ª edição através da aquisição de passagens aéreas, estadia e prestação de serviços de 7 músicos oriundos de Grândola e Porto”. Revela depois que “em Outubro/Novembro tivemos conhecimento, após pressão junto do gabinete da JFSM, que não iriam pagar os artistas”.
Com o tempo a passar e a alegada dívida por saldar, lamenta que a argumentação do presidente da Junta de Freguesia “continue a ser alterada. Primeiramente, via telefone, disse-nos que se devia ao facto de não ter havido de nossa parte, menção à Junta de Freguesia na informação que saiu sobre o festival. Temos cartazes e entrevistas que comprovam exactamente o contrário”, esclarece. “Depois deste facto, a argumentação para o incumprimento do acordo, foi o preço das passagens aéreas, uma vez que estava sob sua responsabilidade, a aquisição das passagens aéreas. De quem é a culpa por terem sido tão caras?”, questiona.
Desafia o autarca de São Martinho a esclarecer “se há ou não há orçamento para assumir com o seu compromisso para com o Madeira Art Fest de 2022”.
Por sua vez a Junta de Freguesia de São Martinho, através do Gabinete da Presidência, “reafirma que se comprometeu, desde o início, em apoiar a iniciativa Madeira Art Fest em 2.500 euros e esse valor foi integralmente pago”. A autarquia presidida por Marco Gonçalves esclarece que “não se responsabiliza por eventuais derrapagens e aumentos de custos, cuja responsabilidade é exclusivamente da produção”, acusa.
De resto, deixa o aviso para possível acção judicial. “Uma vez que o bom nome desta instituição e do seu presidente têm sido, reiteradamente, postos em causa e alvos de difamação por parte da produtora, a Junta de Freguesia de São Martinho reserva-se o direito de agir judicialmente contra a produtora, no sentido de para repor a verdade”.
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