O Bispo do Funchal vai participar, esta quinta-feira, dia de São João, na tradicional visita Pascal ao Calhau da Lapa, em Campanário.
Depois de um ano de interregno por força das contingências associadas à pandemia, Campanário retoma neste 24 de Junho a visita das insígnias do Espírito Santo ao Calhau da Lapa. A popular visita Pascal à beira mar conta este ano com um convidado especial. O Bispo do Funchal. D. Nuno Brás irá, pela primeira vez, ao Calhau da Lapa, não só para participar na singular visita Pascal, mas também presidir à missa campal associada à celebração festiva, anualmente celebrada no dia de São João, no recôndito Calhau da Lapa.
Manda a tradição que no dia de São João o Espírito Santo desça ao Calhau da Lapa, num dia de autêntico arraial à beira mar, que marca o encerramento das visitas pascais na paróquia de Campanário.
D. Nuno Brás – e todos os que se deslocam ao Calhau da Lapa – têm duas opções para lá chegar: por vereda ou via marítima. Caso opte pela primeira, terá de descer/subir o acentuado declive da requalificada Vereda do Passo. Bem menos exigente para o físico, é optar pela ligação marítima a partir do renovado Cais da Ribeira Brava, porto mais próximo do Calhau da Lapa.
A visita inédita do bispo da Diocese do Funchal ao Calhau da Lapa, será mais uma das várias que o prelado, há três anos na Madeira, tem realizado na paróquia de Campanário. Particularidade que não deve ser alheia ao facto de o jovem padre Carlos Almada, secretário particular de D. Nuno Brás, ser natural da freguesia de Campanário.
Bispo do Funchal que tem também oficialmente confirmada presença, na próxima terça-feira, dia 29, na missa da Festa de São Pedro, na Ribeira Brava.
Arraial no calhau
A visita do Espírito Santo, no dia de São João, ao Calhau da Lapa, é tradição muito antiga, que ganhou forte impulso nas últimas décadas. Habitualmente é um dia de festa, que arrasta dezenas ou mesmo centenas de populares, ao singular espaço da freguesia, outrora vital para a actividade económica local.
No dia 24 de Junho a tradição cumpre-se religiosamente. Depois da missa, ao início da manhã, na igreja paroquial de São Brás, as insígnias do Espírito Santo são transportadas em direcção ao quase escondido Calhau da Lapa. São levadas em romaria pela vereda, ou, em alternativa, são transportadas até à Ribeira Brava e daqui seguem de barco até ao Calhau da Lapa.
No recôndito espaço junto à foz da Ribeira do Campanário, o Espírito Santo cumpre a tradição da visita às furnas, que culmina com missa campal junto ao calhau. Manda ainda a tradição que o Espírito Santo dê um salto, de barco, à vizinha Fajã dos Padres, também território da freguesia de Campanário.
Um dia de arraial singular à beira mar.