Afinal a apregoada reabertura de todos os centros de saúde do concelho de Santana, pelo menos num dos casos, o Centro de Saúde da Ilha, verifica-se de forma muito precária. Nesta freguesia interior o centro de saúde abre apenas dois dias por semana e sem médico.
A precária retoma foi denunciada pelo próprio presidente da Junta de Freguesia. Eleito pelo CDS, João Gomes Luís fez saber que “não é bem verdade” o que o PSD veio publicamente garantir, quando no início do mês de Agosto. Na altura a deputada Cláudia Perestrelo, garantiu que estavam repostos o funcionamento de todos os centros de saúde do concelho, após o período de encerramento temporário motivado pela pandemia.
O presidente da Junta da Ilha guardou para a Assembleia Municipal a resposta à iniciativa de propaganda do PSD. Em jeito de resposta à “força política” (PSD) que através da comunicação social congratulou-se que “os centros de saúde do Concelho de Santana estavam a funcionar todos”, emendou: “Isso não é bem verdade porque infelizmente o Centro de Saúde da Ilha, ainda por cima numa terra onde se calhar por habitante é das freguesias mais idosas da Região, o centro de saúde a nível de médicos continua a não existir”, denunciou.
O autarca esclareceu que na Ilha o centro de saúde está a funcionar apenas com “enfermeiro duas vezes semanais”. Reconhece que “já é alguma ajuda à população da freguesia” mas exige mais. “Precisamos urgentemente que o Centro de Saúde [da Ilha] tenha novamente um médico de família para que as pessoas idosas não tenham que se deslocar ao Centro de Saúde de Santana”, reclamou.
O autarca da isolada freguesia recomenda outra atenção da tutela em garantir cuidados médicos de proximidade a uma população maioritariamente idosa, com a agravante de alguns viverem na solidão e muitos sem transporte próprio.
“Não quero ser crítico, mas tenho de defender a minha freguesia e a minha população” justificou.
Médico pelo menos uma vez por semana
O presidente da Câmara ouviu e registou o “alerta”. Assegurou ter tido da tutela a garantia que “nenhum centro de saúde em Santana iria encerrar”, mas perante o funcionamento intermitente e apenas com ‘serviços mínimos’ de enfermagem, Dinarte Fernandes colocou em dúvida o cumprimento da palavra dada pelo Governo Regional. “Não sei se existir enfermeiro duas vezes por semana justifica essa garantia”, admitiu. Prometeu questionar a tutela e reivindicar o médico de família, pelo menos “uma vez por semana.”