A Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de São Martinho (ACDRSM) vai disponibilizar, já a partir do final da próxima semana, consultas gratuitas de Psicologia Social e Comunitária, destinadas aos residentes da freguesia de São Martinho, com especial enfoque no Bairro da Nazaré.
Uma resposta de cariz voluntário, que pretende oferecer consultas semanais, a cidadãos desacompanhados e sem resposta, promovendo a resiliência comunitária em contexto de pandemia. As consultas terão lugar na Sede da Associação, situada na Nazaré, inicialmente aos sábados, a iniciar no próximo dia 10 de Abril.
O psicólogo e membro da direcção da ACDRSM, Gonçalo Barradas, que irá desenvolver as consultas destaca a importância desta iniciativa. “As consultas têm como principal objectivo prevenir situações de risco, devolver a confiança a quem se encontra em dificuldade, e restabelecer o equilíbrio emocional e a capacidade de gerir os próprios problemas”.
No que respeita à saúde mental em contexto pandémicos, o especialista refere que com estas consultas, “pretende-se, também, dar uma primeira resposta a situações de ansiedade e depressão e ajudar a lidar com o isolamento social, as incertezas e os medos associados às circunstâncias excepcionais que estamos a viver, não descurando o apoiar os cidadãos em processos de luto.”
De salientar que esta resposta social só atingirá o seu principal objectivo através de sinergias com outros parceiros sociais existentes no Bairro da Nazaré. A iniciativa pretende ainda dar a conhecer as repostas existentes na sociedade para cada caso identificado, nomeadamente junto do Centro de Segurança Social, Instituto de Habitação da Madeira (IHM), ou Centro de Saúde.
Em ocasiões pontuais, a Associação pretende alargar as valências da consulta a campanhas para grupos específicos, como crianças e idosos. O rastreio de perdas cognitivas na população mais idosa, é um exemplo prático do que a associação pretende levar a cabo, exemplificou.
Gonçalo Barradas refere que este projecto pretende ser um complemento a nível local, junto de grupos socialmente vulneráveis, no acesso à informação e recursos disponíveis na Região.
“Estudos demonstram que grupos mais vulneráveis, como é o caso da população idosa, não têm acesso regular a informação por meios digitais, pelo que importa facultar informação fidedigna e atualizada sobre as respostas existentes, criando e construindo igualdade de oportunidade, não exclusão social, processos de mudança comportamental, psicossocial e emocional na vida dos cidadãos.”
Gonçalo Barradas é especialista em Psicologia Clínica e da Justiça, com vasta experiência de intervenção em contexto comunitário, nomeadamente na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos. Junto dos idosos, tem levado a cabo desde 2019, um projecto de pós-doutoramento na área reabilitação cognitiva na demência através da música, no Interactive Technologies Institute em parceria com a Universidade da Madeira (UMa).