Enquanto as obras de remodelação do Largo da Achada, na Camacha, correm a ritmo elevado, passado um mês da realização da Petição Pública para consulta e revisão do referido projecto, os mais de 500 subscritores continuam sem respostas concretas por parte da Câmara Municipal de Santa Cruz às questões formuladas no requerimento.
André Nóbrega, um dos responsáveis pela petição, tem vindo a insistir junto da autarquia, reclamando a clarificação dos pontos da petição, mas sem sucesso.
Conta que depois de ter enviado de email a 13 de Fevereiro, como resposta ao ofício recebido da Câmara – que demos conta na ocasião -, “reforçamos o pedido de esclarecimento no dia 19 de Fevereiro de 2021, sendo que até ao momento não foi dada qualquer resposta”, lamenta.
Porque o executivo camarário “tem vindo a afirmar que o projecto está disponível para consulta por qualquer cidadão, tanto na plataforma ACINGOV, de acesso universal, como na própria Câmara, através da formulação dos procedimentos habituais”, André Nóbrega clarifica que “na plataforma ACINGOV não é possível consultar o projecto, como já confirmado oficialmente por email pela empresa que gere essa plataforma”. Mais. Revela também que na Câmara Municipal de Santa Cruz os intitulados ‘camacheiros da Achada’ formalizaram pedido, por email, “para consulta do projecto, no passado dia 18 de Janeiro de 2021”, sendo que um mês depois não havia merecido “qualquer resposta”. Razão para a 22 de Fevereiro insistirem “telefonicamente junto da autarquia para obtermos resposta, para a qual recebemos indicação que nunca deram entrada do processo, e que voltássemos a contactar no dia seguinte”. Conforme solicitado, conta que ligaram na passada terça-feira para a autarquia, “que nos indicou que não tinham recebido os emails para consulta do projecto”. Um dia depois voltaram a ligar “e a resposta mudou. Afinal o email tinha dado entrada”. Quando tentaram perceber onde estava o processo de um dos outros e-mails enviados com o pedido de consulta do projecto enviado directamente para o email do Presidente, obtiveram como resposta que o mesmo deveria ter sido enviado para o e-mail Geral.
Face aos desenvolvimentos ocorridos, André Nóbrega conclui que “até agora a Câmara, através do seu executivo tem sido dissimulada, evasiva, muito pouco honesta e nada transparente”, acusa. Prova disso, “todas as indicações de que o processo era público e estava disponível para consulta foram dadas por membros da Presidência e por Vereadores”, lembra.
Razões para criticar a postura do executivo presidido por Filipe Sousa. “Continuam a achar que os Camacheiros não percebem quando estão a fazê-los por estúpidos. Isto não é admissível por parte de um órgão que tem como responsabilidade e dever servir a sua população” aponta.
O rosto da Petição Pública lamenta que haja “muita contra informação por parte da Câmara” e que alguns Vereadores recorram ao Facebook pessoal “para insultar e intimidar qualquer pessoa que questione com legitimidade qualquer acção tomada por parte da Câmara”. Termina por isso com a interrogação: “Estamos numa Democracia ou Ditadura?”