Élio Pereira
Élio Pereira
Enquanto contamos as passas para o reveillon, é inevitável não fazermos a retrospetiva daquilo que foi o ano 2019.
Por esse mundo fora, Theresa May exit mas o Reino Unido não Brexit. Notre-Dame arde e o pináculo ‘corcunda’ até cair ao chão.
Julian Assange sai da sombra da embaixada e passa a ver o sol aos quadradinhos. El Chapo da droga confirma a estadia longa na prisão e o Lula vem cá à rua apanhar um fresquinho com a malta da Juve Leo. Sócrates, com os seus amigos, e ainda cá fora, aguarda pelo regresso a Évora, na Operação Marquês. Ricardo Salgado ainda por cá anda.
Aos 30 anos da queda muro de Berlim e da Guerra Fria, 39 pessoas são encontradas congeladas num camião, no Reino Unido, e a frieza dos ataques terroristas fizeram soar alarmes em Christchurch, na Nova Zelândia e no coração de Londres, bem recentemente.
Trump, o arrogante de costume, no meio de tantas promessas por cumprir, apenas somou mais inimigos e guerras comerciais, desta vez com os chineses e a Huawei.
Evo Morales renuncia e foge com o rabo à seringa na Bolívia, enquanto na Venezuela apenas cai o poder de compra, os alimentos e a luz com frequência. O poder de Maduro apodrece e ganha força e visibilidade a ditadura, apesar das investidas de Guaidó.
Em Espanha, o ano arranca mal com a tragédia do menino Yulen, que caiu num buraco, e dum buraco igualmente profundo, teima em sair a solução para um governo capaz de sobreviver mais do que apenas alguns meses.
Tempestades terríveis deixam rasto de destruição em Moçambique, assim como Bolsonaro, depois de tomar posse como presidente, no Brasil. O pulmão Amazónia perde folgo e o mesmo continua a assobiar para o lado.
Os ‘canarinhos’ conquistam a Copa América e o Jorge Jesus, com os rubro-negros do Flamengo, o Brasileirão e a Taça dos Libertadores (Ai lave iu, Jesuis!).
Enquanto o calor aumenta e o gelo abre greta, a ativista Greta perde por faltas para debater as alterações climáticas pelo mundo, com passagem por Portugal.
Aqui, o ano foi repleto de promessas e cartazes, com eleições para todos os gostos. Nas europeias nada de muito novo. Nas legislativas, cambalhotas apenas do Santana Lopes na autoestrada. Curiosamente, desta vez, ganha o PS e tem direito a governar o país, mesmo sem geringonça. A bancada ganha novos partidos, com uns a gaguejar mais que outros, com o Rui Rio meter mais água que o rio Tejo e com a Assunção Cristas de crista baixa a perder o pio. Na Madeira, ganham os de costume mas com um laranja a puxar para o azul CDS.
Além do furacão Lorenzo que atingiu os Açores, os furacões motoristas de matérias perigosas, polícias e pseudo coletes amarelos, abalaram o país com serviços mínimos catastróficos.
Nasce menino sem rosto e o médico é suspenso. Bebé encontrado no lixo sobrevive e mãe é presa. Salvador, o bebé milagre, tem alta e a mãe descansa eternamente. Matilde ganha esperança com medicamento mais caro do mundo e o governo paga para aprender. O Ângelo da testosterona injetada escapa por um fio… também para aprender!
Morre Rui Jordão no desporto, Freitas do Amaral na política, Agustina Bessa Luís na escrita, Carlos Amaral Dias na saúde e José Mário Branco na música.
Conan Osiris não passa do detetor de metais da Eurovisão e deixa cair telemóveis antes da final. Carlos do Carmo diz adeus aos palcos e José Cid, em forma, vence Grammy.
Joe Berardo não canta, mas encanta no parlamento, e ao tentar “ajudar os bancos” acaba penhorado, dono de uma mera garagem no Funchal.
A nossa ilha ganha novo Óscar de Melhor Destino Insular do Mundo pela 5ª vez, manchado apenas por tragédia em autocarro, no Caniço.
A Uber chegou à Madeira e deu menos barraca que as barracas de Natal na placa central. 7 tripulantes de atuneiro quase viraram isco no mar da Calheta após naufrágio. Sobreviveram todos.
Ronaldo já mete 700 golos na história e Pelé treme. Mete quase 100 na seleção e o iraniano já não dorme. Mete a pata na poça e paga dolorosa por fraude, em Espanha. Mayorga leva marcha atrás (o caso, claro!), com a justiça norte-americana a deixar cair acusação. O Neymar também se safa.
Benfica, o campeão de costume, desta vez com super Bruno Lage. Arrecadou campeonato, Supertaça e 120 milhões com João Félix. O Sporting leva Taça da Liga, e Bruno de Carvalho uns patins do clube. Nem tudo é mau para os adeptos do Porto, pois estiveram, sempre, quase a ganhar tudo. Casillas sofre ataque cardíaco, e os adeptos taquicardia com as fotos da mulher do Uribe em festança (vá-se lá saber porquê!).
Portugal conquista a Liga das Nações e carimba passaporte para o Europeu de 2020, com Fernando Santos eleito o melhor selecionador de futebol do mundo.
No futebol de praia e no hóquei em patins fomos também os maiores, ambos com títulos mundiais. João Viera marchou para a prata e é o mais velho medalhado de sempre nos mundiais de atletismo.
Um fofo lobo-marinho tem estadia prolongada no areal do Porto Santo, o Nacional adormece e desce de divisão.
E enquanto tudo isto acontece, Mourinho volta aos relvados, Messi ganha os prémios individuais mais importantes do futebol, o calhetense Marco Lira corta a meta em primeiro no campeonato da Europa de Patinagem de Velocidade e a Calheta ganha ouro no Orçamento Participativo, com o projeto de uma pista de patinagem na Calheta a vencer.
Embalados pela velocidade dos patins, lá vamos nós para um novo ano. Feliz 2020!